Ter um filho e criá-lo da melhor forma possível é uma das funções mais desafiadoras e complexas que uma pessoa pode assumir. Afinal, é preciso conversar sobre todos os assuntos com a criança, mas não raramente essa iniciativa acaba “saindo dos trilhos” e gerando conflitos ou mal-entendidos.
Trata-se basicamente dos equívocos que estão ligados à comunicação, e que serão apresentados a seguir junto às estratégias necessárias para a promoção da autodisciplina e das relações positivas, conforme artigo publicado pelos neurocientistas Ned Johnson e Willian Stixrud.
O fator medo e suas respectivas armadilhas na criação de um filho
Usar frases que possuem um lado motivador, mas são pautadas no medo, não é o tipo de coisa que costuma funcionar com frequência. Muito pelo contrário: é algo que gera estresse nas crianças.
O ideal é sempre focar em um tom encorajador, celebrando os progressos adquiridos e reconhecendo as dificuldades, é infinitamente melhor do que usar arrependimentos futuros como ameaça.
Outra coisa que os pais devem parar de dizer para cada filho que têm é a afirmação de que são os únicos responsáveis por tudo, mesmo depois de muitos anos terem se passado, uma vez que isso pode incentivar muitos comportamentos imprudentes.
O ideal, neste caso, é manter uma conversa franca sobre responsabilidade e segurança, deixando claras as preocupações e permitindo que os filhos aprendam com seus próprios erros.
Veja também: O jeito que você acorda define o resto do seu dia; confira como
Sobre a compreensão e a punição
Não é raro encontrar pais que sempre escolhem punir o filho de alguma forma, acreditando que estarão enfatizando um comportamento indesejável que a criança não deve mais repetir. Para isso, costuma-se usar frases em tom ameaçador, que podem realmente prejudicar o relacionamento, ao invés de criar um ensinamento válido.
Deixar a punição de lado e investir na conversa é o melhor a se fazer, sempre dando espaço para a criança falar e, ainda, criando acordo a respeito das consequências do mau comportamento. O foco deve estar sempre no ensino, na compreensão e na manutenção de uma comunicação respeitosa.
Vale frisar, também, que “reclamar” que o filho passa tempo demais usando a tecnologia é inútil: para as crianças de hoje, o mundo gira ao redor desse fator.
Assim sendo, a melhor iniciativa é apostar na orientação e no interesse, sempre estimulando o equilíbrio.
Em resumo, pode-se afirmar que a paternidade sempre terá seus altos e baixos, e a forma como cada pessoa escolhe se comunicar com seus filhos irá ditar como será o relacionamento com o passar dos anos.
O medo deve dar lugar ao incentivo, a superproteção deve dar lugar ao empoderamento, a punição deve dar lugar à conversa e crítica deve dar lugar à orientação, para que o relacionamento mais gratificante, feliz e saudável possa surgir.
É preciso compreender que as palavras são realmente poderosas, e usá-las para gerar conexão, ensinamentos e inspiração.
Quem é pai, mãe, educar, guardião ou qualquer pessoa que lide com crianças no dia a dia precisa adotar esses princípios, para que a tarefa da comunicação, que na maioria das vezes é desafiadora, se torne mais acessível, eficaz e agradável.
Veja também: Bolsa Família começa nesta semana mesmo? Veja quando