Mudanças no cartão de crédito – Em meio às crescentes discussões sobre os desafios financeiros enfrentados por muitos brasileiros, o presidente do Banco Central, Roberto Campo Neto, trouxe à tona uma proposta que poderia revolucionar o modo como os consumidores se relacionam com seus cartões de crédito: o fim do crédito rotativo, uma das modalidades mais onerosas em termos de juros no país.
Fique atento às mudanças em seu cartão de crédito
Na prática, o crédito rotativo é uma espécie de “empréstimo emergencial”, acionado quando o titular do cartão não consegue liquidar a totalidade da sua fatura mensal. Este mecanismo concede ao consumidor um prazo de até 30 dias para quitar a dívida. Passado esse período, a pendência é automaticamente parcelada pelo banco ou pela administradora do cartão. Em junho, essa modalidade apresentou taxas de juros alarmantes, chegando a 437,3% ao ano.
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Durante uma sessão plenária no Senado Federal, onde discutiu decisões de política monetária e estabilidade financeira, Campo Neto revelou que o Banco Central estuda a possibilidade de extinguir essa modalidade de crédito. A ideia é que os valores não pagos da fatura sejam imediatamente direcionados para o parcelamento, com juros aproximados de 9% ao mês. O presidente defende que, com esta medida, os consumidores poderiam adotar posturas financeiras mais disciplinadas, favorecendo a saúde econômica do país como um todo.
É válido ressaltar que o cartão de crédito, hoje, é responsável por 40% do consumo no Brasil. Uma das preocupações de Campo Neto é o uso excessivo de parcelamentos sem juros, que, na visão do Banco Central, podem influenciar no aumento das taxas de juros dos cartões. A popularização desta opção tem levado os consumidores a estenderem seus financiamentos, muitas vezes, por prazos mais longos do que o ideal.
Outro fator agravante na esfera do crédito rotativo é o crescimento exponencial do número de cartões de crédito em circulação. Em um espaço de apenas dois anos e meio, o Brasil viu o número de cartões saltar para 215 milhões. Tal facilidade culminou em um índice de inadimplência no rotativo de 52%.
Política monetária
O presidente do BC também abordou questões relacionadas à política monetária do país, ressaltando que a autarquia tem trabalhado diligentemente para garantir um “pouso suave” para a economia brasileira. Essa expressão faz referência ao esforço do Banco Central em controlar a inflação, minimizando possíveis impactos negativos no crescimento econômico e na geração de empregos.
O panorama recente apontou para uma redução na taxa Selic, a taxa básica de juros, que caiu de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano. Esta foi a primeira redução em três anos. A Selic é uma ferramenta fundamental para o BC atingir metas inflacionárias definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Campo Neto reforçou, em sua explanação, a importância da autonomia do Banco Central e como essa independência tem beneficiado a economia do país, influenciando, inclusive, a elevação das notas de crédito do Brasil perante agências internacionais de classificação de risco.
Neste cenário, os próximos passos e decisões do Banco Central serão cruciais para definir o rumo da economia brasileira, em especial no que diz respeito às facilidades e desafios do crédito ao consumidor.
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