Acidentes em academias – A integridade física e segurança de quem frequenta as academias de musculação no Brasil voltaram a ser tema de discussão, após um incidente trágico no Ceará. Na última sexta-feira (4), um homem sofreu um acidente grave em uma academia, resultando em um risco sério de ele não voltar a caminhar. Como as normas de segurança são estabelecidas e fiscalizadas nos estabelecimentos voltados para atividades físicas? Uma olhada nas diretrizes existentes revela um sistema com responsabilidades divididas e critérios que podem ser não apenas normativos, mas também recomendáveis.
Acidentes em academias podem ser evitados
Nas academias de musculação, a responsabilidade de estabelecer e fiscalizar as regras é dos conselhos regionais de Educação Física de cada localidade. Em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou um documento que apontava questões de segurança a serem observadas. Contudo, como explicou a agência à CNN, o texto não tem força de lei, servindo apenas como um conjunto de recomendações.
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A Anvisa esclarece que o objetivo desse texto é fornecer diretrizes, indicadores e critérios para a vigilância sanitária nos estabelecimentos que prestam serviços de atividade física e similares. Entretanto, a implementação fica a cargo de cada conselho regional.
André Cavalcanti, professor de educação física, ressalta que enquanto a fiscalização da parte operacional é efetivamente realizada pelos conselhos regionais, geralmente mediante denúncias, a fiscalização do maquinário pode ser mais complexa, uma vez que não existe uma “referência” clara.
A responsabilidade pelos equipamentos e ambientes de uma academia recai sobre o professor de educação física designado como responsável pelo estabelecimento no conselho regional e o responsável técnico pela empresa. Eles devem assegurar que as instalações estejam de acordo com padrões aceitáveis.
As diretrizes de segurança da Anvisa englobam aspectos como a manutenção do piso, limpeza e ventilação das salas, estado de conservação e segurança dos equipamentos, e requisitos específicos para aparelhos ergométricos e materiais de apoio complementar.
Segurança e conservação dos aparelhos
A segurança e conservação dos equipamentos são aspectos vitais. Eles devem estar em perfeitas condições e não podem apresentar defeitos que possam comprometer a prática segura. O selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) é necessário, e os equipamentos devem passar por manutenção preventiva constante.
Outras medidas incluem a disposição adequada dos aparelhos, com distâncias mínimas para permitir circulação segura, e o estado de itens como espelhos e material de apoio. As salas de lutas devem ser protegidas por revestimento acolchoado, e as piscinas precisam ter tratamento adequado da água, mantendo padrões estéticos e sanitários.
Essas diretrizes servem como um guia vital para garantir a segurança e o bem-estar dos frequentadores de academia. Contudo, o incidente no Ceará destaca a necessidade de uma supervisão rigorosa e contínua, tanto na manutenção dos equipamentos quanto na observância das regras, para garantir que tragédias semelhantes não se repitam. A fiscalização, quando feita com diligência e eficácia pelos órgãos relevantes, pode servir como uma salvaguarda vital para a saúde e segurança dos que buscam um estilo de vida mais saudável através do exercício físico.
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