Após morte recente do trabalhador rural que aparece em um vídeo viralizado na internet bebendo uma garrafa inteira de cachaça sozinho por conta de uma aposta, especialistas voltam a alertar sobre os riscos que os excessos no consumo de bebida alcoólica podem causar no corpo humano, não apenas causando sequelas irreversíveis como até mesmo a morte. Entenda mais sobre o assunto logo abaixo.
Consumo abusivo de bebida alcoólica pode ser fatal
Mesmo estando dentro da categoria de drogas legalizadas, a bebida alcoólica não pode ser considerada segura. De acordo com especialistas, o consumo desenfreado de álcool pode causar dependência e danos irreversíveis à saúde, como cirrose e problemas no coração.
Médicos hepatologistas explicam que, se ingerido em excesso, não há tempo do organismo metabolizar o álcool e transformá-lo em gás carbônico (que sai do corpo pela respiração) e água (que sai pela urina).
Em casos em que o consumo da substância foi tanto que causou a perda da consciência, a área do cérebro afetada pelo efeito tóxico do álcool pode desligar funções vitais, causando o coma alcoólico como primeiro sinal de alerta ligado, e podendo desligar funções vitais, como a que controla a respiração e o coração. Dado à pane geral no organismo da pessoa, pulmões e batimentos também poderão parar de funcionar.
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Alerta quanto à quantidade
Para que um organismo atinja o nível de intoxicação, as quantidades de álcool variam não apenas de pessoa para pessoa, como de acordo com a situação. Pessoas com maior tolerância à bebidas alcoólicas podem demorar mais a sofrerem intoxicações, no entanto, se ingerirem a bebida de estômago vazio, a absorção será maior e o dano pode vir mais cedo, por exemplo. Outro fator que independe de quantidade, mas da potência, é o grau de teor alcoólico que a bebida possui. Naturalmente, quanto maior o número, mais cedo os estragos poderão ser sentidos.
Segundo o Ministério da Saúde, a intoxicação aguda ocorre quando o corpo não consegue metabolizar o álcool consumido em determinado período. A perda de consciência e falha nas funções vitais (que podem levar à morte) ocorrem quando a concentração de álcool no sangue atinge níveis entre 0,3% e 0,45% (o que é igual 0,3 a 0,45 gramas de álcool a cada 100 ml de sangue), de acordo com dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), que é uma organização não governamental e uma das principais referências sobre o tema no país.
Bebedor esporádico
Quem assistiu ao triste vídeo do trabalhador rural que morreu após beber um litro de cachaça sozinho pode ter impressão de que apenas bebedores compulsivos correm risco de morte, mas tal percepção está longe da realidade. Bebedores esporádicos, também conhecidos como os que só bebem socialmente, correm os mesmos riscos caso passem do ponto, mesmo que em situações isoladas.
O consumo de uma quantidade excessiva de álcool em períodos curtos é chamado tecnicamente de Beber Pesado Episódico (BPE). O hábito é igualmente prejudicial à saúde, tanto a curto quanto a longo prazo, colocando pessoas em situações de risco, como acidentes de trânsito, episódios de violência, e obviamente, causando danos ao próprio corpo, com quadros de intoxicação que podem levar a morte. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o BPE como o consumo de 60g ou mais de álcool puro em uma única ocasião, pelo menos uma vez no mês.
Efeitos colaterais e seus perigos
Os adeptos do BPE enfrentam efeitos colaterais imediatos, como amnésia alcoólica, quedas, brigas e envolvimento em acidentes, além de efeitos instantâneos no organismo que se refletem de dentro para fora como pensamento demorado, instabilidades emocionais como euforia ou depressão, risco de convulsões, dificuldade para controlar os movimentos do corpo, náuseas constantes que podem resultar em vômito, hipotermia e no pior e mais perigoso dos casos, o coma.
Se para a juventude a famosa “perda total” (PT) – termo usado para classificar quem literalmente perdeu a consciência de tanto beber – pode parecer engraçado e inofensivo, para especialistas o acontecimento de uma noite só é uma coisa extremamente séria e deve ser evitado para que a diversão não se transforme em tragédia. O recomendado não é parar de beber, mas sim intercalar com alimentos e água, para que o corpo se mantenha hidratado e com o acúmulo de nutrientes necessários para combater eventuais efeitos negativas que substâncias alcoólicas podem trazer ao corpo.
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