Com o mercado de drones em expansão, jovens miram setor do agronegócio e empresas do setor têm recrutado especialistas em comandar o equipamento para otimizar funções que até então eram feitas manualmente. Boa remuneração e tendência de expansão da nova categoria de trabalho estão motivando profissionais a buscarem qualificação para trabalharem setor agrícola. Saiba mais detalhes a seguir.
União da tecnologia ao agronegócio
O uso de drones ou VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) nas plantações é uma das novas profissões no campo. Segundo levantamento recente, o trabalho com a tecnologia na agricultura tem despertado o interesse das pessoas que buscam novos horizontes profissionais, as levando a investir em capacitação e encontrar novas oportunidades de carreira.
A nova profissão tem chamado tanto a atenção que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) descomplicou as regras para o uso de drones no agronegócio. O órgão pretende implementar um modelo de desregulamentação para incentivar a inovação, impulsionar o mercado profissional e potencializar a utilização da tecnologia na agricultura e pecuária.
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Jovens são destaque em nova categoria de trabalho
Cursos que proporcionam tanto teoria quanto prática têm sido buscados por pessoas como a jovem Kessya Santos Bonfim, que desejam se capacitar para atuar nessa área.
Segundo reportagem recente do Globo Repórter, a jovem de 23 anos projeta seu futuro como piloto de drone para trabalhar na pulverização de lavouras. Mesmo não tendo crescido no campo, ela se mudou para o interior de Goiás, em busca de novas oportunidades.
Daniel Nunes, instrutor do Senac de Goiás e professor de agronomia na Unibras, reforça que há uma demanda crescente por profissionais qualificados nesse campo específico. Segundo o instrutor, as empresas têm pedido recomendação de profissionais e oferecem remunerações entre R$ 4 mil a R$ 10 mil mensais.
No entanto, esses ganhos podem ser ainda maiores. Segundo o site de vagas de trabalho Glassdoor, o salário para operadores de drone no setor agrícola pode chegar ao teto dos R$ 13 mil mensais.
Mercado também atrai profissionais de outros setores
A história de André Marques destaca uma oportunidade que ele não quis perder e que o levou a mudar de carreira. Antes de se tornar um piloto de drone, ele trabalhava como motorista de ambulância na área da saúde. O convite veio para trabalhar como auxiliar de campo, auxiliando o piloto de drone, oferta que o interessou bastante, já que, segundo ele, o agro só tem de a crescer.
André fica responsável pelos comandos do drone, enquanto outro colega cuida dos produtos que serão aplicados na lavoura. Ele afirma que está trabalhando nesse campo por amor e que se tornou sua paixão. O rapaz passou a estudar e a investir exclusivamente nessa área e que recebeu a oferta de emprego logo após concluir um dos cursos de especialização.
Entenda um pouco mais sobre a profissão que está levando jovens profissionais a trabalharem no setor agrícola.
O que faz um piloto de drone agrícola?
No setor da agropecuária, os pilotos de drone podem pulverizar plantações, inspecionar gado, coletar dados sobre as colheitas, verificar o solo ou analisar a umidade do ar. Para exercer a função com excelência, os profissionais devem ter habilidades de coordenação motora e senso de direção apurados.
Quanto vale o investimento?
A nova modalidade tem crescido tanto que já há, não apenas lojas especializadas em drones voltados para atividades do setor agrícola, como cursos de especialização para quem deseja tornar a atividade, que até então era recreativa, em uma fonte de renda lucrativa e em ascensão.
O cursos existentes no mercado mesclam aulas online, com acesso a vídeos disponíveis em plataformas digitais, com ao menos dois dias de aulas práticas, totaliando uma carga horária média de 30 horas. Os valores do investimento, que concede certificado de conclusão, ficam na média de R$ 5.000.
ANAC estabelece regras para operação de drones no agro; entenda:
Para usar drones no agronegócio, os equipamentos não apenas devem estar homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e registrados na Anac, como precisam estar dentro das regras a seguir:
- Os voos precisam obter autorização de uso do espaço aéreo junto à Aeronáutica, além de contar com avaliação de risco operacional e seguro com cobertura de danos a terceiros;
- Os operadores e auxiliares devem ter, pelo menos, 18 anos de idade. A Anac permite a troca de piloto remoto durante o voo, mas cada profissional pode operar apenas um sistema RPA de cada vez. Os operadores estão sujeitos às regras da Aviação Civil que proíbe, entre outras coisas, a operação sob efeito de substâncias psicoativas, como álcool;
- Veículos aéreos não tripulados (VANTs) podem sobrevoar somente áreas desabitadas, a uma altura de até 120 metros, e ficar no campo de visão do operador. Os equipamentos devem voar a uma distância horizontal mínima de 30 metros em relação a pessoas não envolvidas com a operação e não podem carregar substâncias inflamáveis.
Contribuição dos drones no agronegócio brasileiro
O agronegócio tem sido um vetor crucial do crescimento econômico brasileiro, sendo responsável por 25% do faturamento global da indústria de drones. Os drones têm contribuído de maneira efetiva para a mecanização e modernização do agronegócio, visando aumentar a capacidade de produzir alimentos para uma população que está em constante crescimento.
Segundo dados do site Agrichem, as aplicações dessas práticas na produção agrícola podem aumentar em até 70% os rendimentos de uma safra, diminuir em 10% os gastos com combustível, reduzir em até 30% o gasto de água e em até 99% o uso de herbicidas, gerando uma redução significativa dos preços dos alimentos.
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