Levantamento do IBGE sobre cidades do Brasil – Embora o conceito de casa seja comumente associado ao lar, um espaço ocupado e cheio de vida, um recente estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou uma realidade surpreendente: 53 cidades brasileiras têm mais residências desocupadas do que habitadas. Esta tendência, que se destaca nos municípios litorâneos, lança luz sobre uma mudança emergente nos padrões de habitação do Brasil.
“Cidades-fantasmas” no Brasil, segundo o IBGE
Os dados divulgados pelo Censo de 2022 do IBGE apontam para um fenômeno que, embora possa parecer estranho à primeira vista, faz sentido ao considerar a localização geográfica e a dinâmica de ocupação dessas cidades. A grande maioria dessas cidades com mais residências vazias do que ocupadas se encontra nas regiões litorâneas do país. Nessas áreas, é comum a população inchar durante determinados períodos do ano, como nas férias e em feriados prolongados, quando turistas invadem a região em busca de lazer e descanso.
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Essa dinâmica de ocupação sazonal explica, em parte, por que tantas casas nessas cidades estão vazias a maior parte do ano. Mesmo que essas residências sejam usadas por pessoas em determinados momentos, como é o caso das casas de praia, elas são consideradas desocupadas pelo IBGE, pois não têm residentes permanentes. Isso faz com que as cidades litorâneas liderem a lista das mais desabitadas.
O Censo de 2022 revelou que existem cerca de 18 milhões de residências desocupadas no Brasil, número que representa um aumento de 87% em relação ao último censo realizado em 2010. Essas residências desocupadas correspondem a um terço do total de residências no país, de acordo com a média do censo. Vale ressaltar que o IBGE classifica as residências desocupadas em dois tipos: aquelas que são ocupadas ocasionalmente, como casas de veraneio, e aquelas que estão permanentemente vazias.
Maior proporção de desocupação
Entre as cidades com a maior proporção de casas desocupadas, a maioria tem suas residências ocupadas apenas temporariamente. Essas cidades costumam atrair um grande fluxo de turistas, que passam apenas uma temporada na região e, em seguida, retornam para suas casas permanentes. Isso significa que, embora essas casas estejam cheias de pessoas em certos momentos do ano, na maior parte do tempo estão vazias. Essa categoria inclui as casas de praia e as propriedades alugadas por temporada no Airbnb, que também são consideradas desocupadas pelo IBGE, já que não têm residentes permanentes.
Arroio do Sal, no Rio Grande do Sul, é o município que lidera essa lista. Com apenas 12 mil habitantes, esta cidade litorânea possui um número surpreendentemente alto de residências vazias, demonstrando de forma contundente o fenômeno identificado pelo IBGE.
Os dados do Censo de 2022 do IBGE nos mostram, portanto, uma nova realidade da habitação no Brasil, com um número cada vez maior de residências desocupadas, especialmente em cidades litorâneas. Este é um retrato que não apenas revela uma mudança nos padrões de habitação do brasileiro, mas também levanta questões sobre o uso do espaço urbano e as políticas de habitação no país.
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