Com inteligência artificial, FAKE NEWS na política será fichinha; veja o que está por vir

Fake news turbinada pela inteligência artificial – Um novo player entrou em cena para abalar as estruturas das eleições na América do Norte, a inteligência artificial (IA). Seja maquiando a realidade ou desencadeando campanhas politicamente manipulativas, a IA já mostra os primeiros sinais de seu poder nas eleições de 2024 nos Estados Unidos e Canadá.

Com inteligência artificial, FAKE NEWS na política será fichinha; veja o que está por vir
A manipulação da inteligência artificial na disseminação de fake news está se tornando um desafio preocupante para a democracia. | Imagem: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

Inteligência artificial vai impulsionar as fake news políticas?

Nessa nova era digital, a verdade parece estar sendo desafiada como nunca antes. Imagens do ex-presidente americano Donald Trump sendo preso pela polícia de Nova York circularam, apesar de tal evento nunca ter acontecido. A IA, por meio da tecnologia deepfake, é capaz de fabricar eventos fictícios com um realismo impressionante.

Veja também: Como transformar um PDF com inteligência artificial estilo ChatGPT

No Canadá, a IA foi usada para produzir uma imagem chocante de Toronto, fazendo com que a cidade parecesse ter uma crise de drogas similar à de São Paulo. Essas manipulações de imagem têm o potencial de influenciar fortemente a percepção do público e, consequentemente, seu comportamento de voto.

Na Flórida, o governador republicano, conhecido por sua postura de extrema direita, utilizou a IA para combinar a imagem de Donald Trump com Anthony Fauci, um crítico aberto do ex-presidente. Fauci, um proeminente médico e assessor presidencial, teceu críticas acentuadas à rejeição inicial de Trump às vacinas contra a Covid-19. Nesse contexto, a manipulação de imagem foi usada para construir uma associação distorcida e potencialmente prejudicial.

Mas não foram apenas os republicanos que fizeram uso das novas tecnologias. Os democratas também embarcaram na onda de IA, utilizando ferramentas de inteligência artificial para lançar uma campanha que ultrapassou todas as expectativas de arrecadação de fundos. A eficácia da IA em persuadir pessoas a doar superou até mesmo o mais carismático dos discursos humanos, mostrando que essa ferramenta é mais do que um simples auxílio tecnológico, é uma potência revolucionária.

Em meio a esse cenário, Sam Altman, CEO da OpenAI – empresa responsável pelo desenvolvimento da ferramenta de IA ChatGPT – expressou sua preocupação sobre o uso da tecnologia em campanhas eleitorais. Em uma audiência recente no Congresso dos Estados Unidos, Altman destacou a importância de políticos e partidos seguirem regras e princípios que proíbam manipulação, desinformação e preconceito.

O perigo, no entanto, é que tais regras possam não ser adotadas voluntariamente pelos políticos, que, como demonstrado, já encontraram na IA uma poderosa arma de persuasão. A controvérsia recente envolvendo o uso de notícias falsas pelo Partido dos Trabalhadores brasileiro (PT) é um lembrete de como a manipulação da informação, seja por IA ou outras formas, pode ter implicações significativas na política.

Desafios

Os desafios de regular a IA não se limitam ao domínio político. Em um debate recente organizado pelo ex-presidente do Google, Eric Schmidt, Walter Isaacson, historiador e biógrafo de figuras como Steve Jobs e Leonardo da Vinci, expressou seu ceticismo sobre a capacidade do Congresso de formular regulações eficazes. Segundo Isaacson, o Congresso pode não ser o melhor lugar para decidir como a IA deve ser regulamentada, evidenciando a complexidade do problema.

Daniel Huttenlocher, reitor da escola de computação do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ecoou esse ceticismo. Em sua opinião, a IA está prestes a transformar profundamente a natureza da política, já que a confiabilidade da palavra escrita, da imagem, do vídeo e do áudio pode ser comprometida.

No entanto, a necessidade de regulamentação da IA é crucial para evitar que essa tecnologia prejudique a democracia. Enquanto Huttenlocher defende a regulamentação, ele também reconhece que a legislação por si só não garante a proteção contra o abuso da IA.

Ron Klain, estrategista político que trabalhou na campanha de 2020 de Joe Biden, argumenta que a IA se tornará uma parte integrante do cenário político. Klain aponta que, paradoxalmente, a IA pode tornar as vozes autênticas da comunidade, nas quais os eleitores confiam, ainda mais valiosas. Com o aumento do ceticismo em relação à tecnologia, as pessoas podem voltar a valorizar a confiabilidade do contato humano.

Com todas essas considerações em mente, é evidente que a IA é uma nova força nas eleições e que a regulação eficaz dessa tecnologia é crucial para preservar a integridade das futuras eleições.

Veja também: Deu a LOUCA na Apple? iPhone 13 tem preço histórico com 50% OFF