Dinheiro esquecido – Apesar de ser um momento em que muitos brasileiros estão passando por dificuldades financeiras devido à pandemia, existe uma quantidade significativa de dinheiro “esquecido” nas instituições financeiras. Segundo dados recentemente divulgados pelo Banco Central (BC), aproximadamente R$ 7,08 bilhões estão disponíveis para serem retirados por correntistas, mas até agora permanecem intactos.
Consulta ao dinheiro esquecido
Em um esforço para garantir que esses recursos cheguem a quem pertence, o BC inaugurou o Sistema de Valores a Receber (SVR) em fevereiro do ano passado. Este sistema é uma plataforma destinada a conectar correntistas com os valores que foram depositados em suas contas, mas que, por algum motivo, nunca foram retirados. No entanto, apesar da presença do SVR, apenas R$ 3,93 bilhões, de um total de R$ 11,01 bilhões disponibilizados, foram reivindicados pelos correntistas até agora.
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Analisando os dados disponibilizados pelo BC, nota-se que, do total de 38.876.360 correntistas listados no programa SVR, somente 13.970.528 fizeram o resgate dos valores devidos, o que representa pouco mais de um terço do total. Entre esses correntistas, a maioria é composta por pessoas físicas, com 13.477.382 reivindicações bem-sucedidas. As empresas, ou pessoas jurídicas, por sua vez, responderam por 493.146 dos resgates efetuados. Ainda resta um considerável número de correntistas – 36.120.242 pessoas físicas e 2.756.118 pessoas jurídicas – que não resgataram seus valores disponíveis.
Esses valores pendentes de resgate variam bastante. A maioria dos correntistas (62,68%) tem direito a somas relativamente pequenas, de até R$ 10. Aproximadamente 25,24% dos correntistas têm direito a quantias entre R$ 10,01 e R$ 100. Por outro lado, 10,31% dos clientes têm direito a quantias que variam entre R$ 100,01 e R$ 1.000, e apenas 1,78% têm direito a mais de R$ 1.000.
Após uma paralisação de quase um ano, o SVR foi relançado em março deste ano com algumas novidades. Novas fontes de recursos foram adicionadas ao sistema, além de ter sido introduzido um sistema de agendamento mais eficiente. O mês de março viu a recuperação de R$ 505 milhões em valores esquecidos, embora essa quantia tenha caído para R$ 259 milhões em abril.
As melhorias introduzidas na nova fase do SVR são muitas e variadas. Agora, os usuários podem imprimir telas e protocolos de solicitação para compartilhamento via WhatsApp, e todos os tipos de valores previstos na norma do SVR estão inclusos. Além disso, uma sala de espera virtual foi implementada, permitindo a todos os usuários fazer a consulta no mesmo dia, independentemente do ano de nascimento ou da data de fundação da empresa.
Novidade importante
Uma novidade particularmente importante é a possibilidade de consulta de valores de pessoas falecidas. Herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais agora têm acesso a essas informações, o que torna o processo de resgate muito mais transparente e acessível. De modo semelhante, para quem tem uma conta conjunta, se um dos titulares solicitar o resgate de um valor esquecido, o outro titular poderá ver informações como o valor, a data e o CPF de quem fez o pedido ao entrar no sistema.
O Banco Central também emitiu um alerta contra fraudes e golpes. O BC adverte os correntistas para terem cuidado com pessoas que se apresentam como intermediárias para o resgate de valores esquecidos. O BC reforça que todos os serviços do SVR são gratuitos e que não envia links ou entra em contato com os correntistas para confirmar dados pessoais. Além disso, o BC esclarece que apenas a instituição financeira mencionada na consulta do SVR tem autorização para entrar em contato com o correntista, e nenhum cidadão deve fornecer suas senhas a terceiros, pois ninguém está autorizado a fazer esse tipo de solicitação.
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