BPC: pagamento extra no final de 2024! Veja quem fica de fora

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) confirmou que os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) não receberão o décimo terceiro salário em 2024.

A decisão reafirma uma política já conhecida, mas que continua gerando descontentamento entre milhões de brasileiros que dependem exclusivamente deste recurso para despesas essenciais. Enquanto aposentados e pensionistas terão acesso ao pagamento extra, os titulares do BPC enfrentarão o fim do ano sem esse reforço financeiro.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma assistência destinada a idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade econômica. Apesar de sua importância, ele difere dos benefícios previdenciários, pois não exige contribuições ao INSS.

Essa diferença acentua as desigualdades dentro da rede de proteção social brasileira, deixando os titulares do BPC em desvantagem. Com isso, os desafios enfrentados por esse público, que já vive em condições econômicas frágeis, tornam-se ainda mais intensos.

Em 2024, os beneficiários do BPC ficam sem o décimo terceiro salário, uma decisão do INSS que afeta milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade.(Foto: Jeane de Oliveira/colunadamanha.com.br).

Natureza do BPC e critérios de exclusão do 13º salário

O Benefício de Prestação Continuada é voltado para pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Para recebê-lo, é necessário comprovar uma renda familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo vigente e estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico).

Além disso, a concessão do BPC exige que o cadastro esteja atualizado, sendo essencial para evitar a suspensão do benefício. Por se tratar de um benefício assistencial e não previdenciário, o BPC não está vinculado a contribuições ao INSS.

Essa diferença exclui automaticamente seus beneficiários de direitos como o décimo terceiro salário. A legislação brasileira garante o pagamento adicional apenas a aposentadorias, pensões e outros benefícios previdenciários. Essa especificidade do BPC reforça a natureza temporária e vulnerável do benefício.

Calendário de pagamentos do INSS

Para os meses finais de 2024, o INSS divulgou o cronograma de pagamentos, que segue o número final do benefício. Para quem recebe até um salário mínimo, os depósitos começaram em 25 de novembro e seguem até 6 de dezembro.

Os beneficiários que recebem valores acima do piso salarial terão seus pagamentos iniciados em 2 de dezembro, com término em 7 do mesmo mês. Esse cronograma segue a lógica do dígito final do Número de Identificação Social (NIS), garantindo a organização nos repasses.

Embora os titulares do BPC não recebam o décimo terceiro, os pagamentos regulares de dezembro serão antecipados. Essa ação visa minimizar a ausência do abono natalino, assegurando algum recurso às famílias durante as celebrações de fim de ano.

Atualização do CadÚnico: essencial para manter o benefício

Manter o CadÚnico atualizado é indispensável para assegurar o pagamento do BPC. O sistema é a principal ferramenta do governo para verificar a elegibilidade dos beneficiários, evitando fraudes e direcionando os recursos para quem realmente necessita.

A atualização deve ser feita sempre que houver mudanças na composição familiar, endereço ou renda mensal. Beneficiários que não realizarem a atualização podem ter os pagamentos suspensos.

Em 2024, o INSS intensificou a fiscalização, priorizando cruzamentos de dados para garantir maior eficiência na distribuição dos benefícios. O acompanhamento regular pelo aplicativo ou portal Meu INSS também ajuda os beneficiários a evitar interrupções no pagamento.

Diferenças entre benefícios assistenciais e previdenciários

A exclusão do décimo terceiro salário para os beneficiários do BPC ressalta as diferenças entre benefícios assistenciais e previdenciários. Benefícios como aposentadorias e pensões exigem contribuições prévias à Previdência Social, enquanto o BPC é destinado apenas a quem comprova extrema vulnerabilidade.

Além disso, o BPC não gera pensão por morte para dependentes e pode ser revisado a qualquer momento, dependendo das mudanças na condição econômica do beneficiário. Já os benefícios previdenciários têm caráter vitalício e garantem o décimo terceiro salário, funcionando como uma proteção mais abrangente aos segurados.

Propostas para abono natalino

Desde 2020, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que propõe o pagamento de um abono natalino para os beneficiários do BPC. A iniciativa busca reduzir as desigualdades entre segurados da Previdência Social e titulares do benefício assistencial, concedendo um pagamento extra equivalente a um salário mínimo.

Embora o projeto tenha avançado em algumas etapas legislativas, ainda aguarda votação no plenário. Caso seja aprovado, ele poderá beneficiar milhões de brasileiros, trazendo maior dignidade às famílias que dependem do BPC para sobreviver.

Impacto social da exclusão do 13º salário

A ausência do décimo terceiro salário afeta diretamente mais de 4,8 milhões de beneficiários do BPC, que já enfrentam desafios financeiros significativos. Para muitas dessas pessoas, o recurso mensal é a única fonte de sustento, utilizado para despesas como medicamentos, alimentação e tratamentos médicos.

Especialistas destacam que essa exclusão reforça uma lacuna na política de assistência social do país. Enquanto o décimo terceiro salário representa um alívio financeiro para milhões de segurados, os titulares do BPC continuam desprotegidos diante do aumento do custo de vida.

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Reflexões sobre a política assistencial

A exclusão dos beneficiários do BPC do décimo terceiro salário ressalta a necessidade de revisões na política assistencial brasileira. Com o alto número de pessoas dependentes do benefício, garantir condições mínimas de sobrevivência deve ser prioridade.

O abono natalino é uma proposta que visa diminuir desigualdades e ampliar a rede de proteção social no Brasil. Essa iniciativa busca garantir um suporte financeiro extra aos beneficiários do BPC, especialmente em períodos festivos.

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