A busca pelo diploma de ensino superior continua sendo o objetivo de muitos jovens no Brasil.
Em 2024, uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp, em parceria com a plataforma Workalove, revelou que 80% dos estudantes sonham em ingressar na universidade. No entanto, embora o acesso à educação superior ainda seja um marco importante, a realidade do mercado de trabalho para muitos graduados pode ser desafiadora, especialmente em certas áreas de formação.
Apesar da importância do diploma para a aquisição de conhecimentos especializados, ele não garante automaticamente um lugar no mercado de trabalho. Muitos recém-formados estão desempregados, e alguns cursos se destacam negativamente nesse cenário.
Uma recente pesquisa do Instituto Semesp destacou as áreas com maior dificuldade de inserção profissional, revelando uma taxa alarmante de desempregados entre graduados em determinados campos.
Aumento da taxa de desempregados entre graduados
De acordo com os dados levantados, cursos como história, serviço social e radiologia estão entre os mais afetados. Estima-se que um em cada três formados nessas áreas esteja desempregado. Essa estatística expõe um cenário preocupante: mesmo com o ensino superior, os profissionais enfrentam grandes dificuldades para conseguir um emprego dentro de suas respectivas áreas.
A saturação do mercado, a baixa demanda por novos profissionais e as mudanças no setor econômico são alguns dos fatores que explicam esse fenômeno. Profissionais de áreas mais tradicionais, como professores de história, por exemplo, enfrentam cortes em programas educacionais, o que reduz o número de vagas disponíveis e aumenta a taxa de desempregados.
O serviço social enfrenta uma diminuição nas oportunidades de trabalho devido à redução de investimentos em políticas públicas. Muitos graduados estão desempregados e buscam alternativas fora de suas áreas, como especializações ou empregos em setores diferentes. No entanto, essa mudança pode impactar negativamente os salários e as chances de crescimento profissional.
Diferença salarial para quem trabalha fora da área
A pesquisa revelou que graduados que atuam em suas áreas de formação ganham, em média, até 27,5% a mais do que aqueles que mudam para setores diferentes. Essa disparidade salarial enfatiza a importância de permanecer na área escolhida. Mesmo diante das dificuldades, manter-se na especialização pode resultar em melhores oportunidades financeiras.
Por outro lado, quem decide trabalhar fora de sua área de formação frequentemente enfrenta salários mais baixos e menos oportunidades de crescimento. Muitos acabam aceitando cargos com exigências menores, o que pode gerar insatisfação profissional e limitações financeiras a longo prazo.
Essa situação cria um ciclo de precariedade, em que os profissionais, ao saírem de suas áreas de especialização, são desvalorizados no mercado, tanto em termos salariais quanto em reconhecimento de suas habilidades. Além disso, essa mudança pode dificultar o retorno à área de origem, à medida que as habilidades adquiridas durante a graduação ficam desatualizadas.
Cursos com maiores índices de desemprego
Segundo o levantamento do Instituto Semesp, os cursos de graduação com as maiores taxas de desemprego no Brasil são os seguintes:
- História – 31,6% dos egressos não exercem atividade remunerada.
- Relações internacionais – 29,4% dos formados estão fora do mercado.
- Serviço social – 28,6% dos graduados enfrentam dificuldades para encontrar emprego.
- Radiologia – 27,8% dos egressos não atuam na área.
- Enfermagem – 24,5% estão desempregados.
- Química – 22,2% dos graduados não exercem atividade remunerada.
- Nutrição – 22,0% enfrentam dificuldades de empregabilidade.
- Logística – 18,9% dos egressos estão fora do mercado.
- Agronomia – 18,2% dos formados não encontram trabalho.
- Estética e cosmética – 17,5% enfrentam o desemprego.
Esses números demonstram a dura realidade enfrentada por muitos graduados no Brasil, especialmente em áreas mais tradicionais e que, historicamente, têm tido menor adaptação às novas demandas do mercado.
Alternativas para enfrentar o desemprego
Embora a situação seja difícil para muitos formados, o mercado ainda oferece alternativas. A busca por especializações, pós-graduações e a adaptação às novas necessidades do mercado são estratégias adotadas por muitos profissionais.
Com o avanço da tecnologia e a evolução de diversos setores, áreas como tecnologia da informação, saúde e negócios têm mostrado maior resiliência, mesmo em tempos de crise.
Os profissionais que investem em capacitação contínua, como cursos de atualização e desenvolvimento de novas habilidades, conseguem se diferenciar e conquistar melhores oportunidades. A flexibilidade e a disposição para aprender são fatores essenciais para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo e exigente.
Cursos em alta, mesmo em tempos de crise
Enquanto alguns cursos enfrentam dificuldades no mercado de trabalho, outros mantêm-se em alta, oferecendo boas perspectivas de crescimento e estabilidade.
Áreas ligadas à tecnologia, saúde e negócios continuam a ser demandadas, mesmo em momentos de instabilidade econômica.
Profissionais que conseguem combinar conhecimento técnico com habilidades comportamentais, como liderança e comunicação, tendem a se destacar e alcançar melhores colocações no mercado. Segundo o Instituto Semesp, metade dos egressos que estão empregados recebem entre R$ 3.000 e R$ 10.000 mensais, com uma renda média de R$ 4.640.
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Escolha consciente: paixão e empregabilidade
Diante do cenário atual, é fundamental que os jovens considerem não apenas suas paixões ao escolher um curso universitário, mas também as perspectivas de empregabilidade e crescimento da área.
A escolha da carreira deve levar em conta o potencial de mercado, a demanda por novos profissionais e as possibilidades de adaptação às mudanças econômicas. Assim, será possível equilibrar realização pessoal e sucesso profissional a longo prazo.
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