Na manhã desta quarta-feira (18), vários usuários no Brasil relataram que estão conseguindo acessar o X (antigo Twitter) sem o uso de VPN. A novidade tem gerado discussão, especialmente no Bluesky, rede social concorrente do X, onde diversas postagens destacam esse possível desbloqueio.
Os relatos apontam que algumas pessoas estão conseguindo utilizar a rede social tanto por Wi-Fi quanto por dados móveis, enquanto outros ainda enfrentam dificuldades. “Moro em Fortaleza.
O Twitter da minha filha está funcionando, mas o meu ainda não voltou”, afirmou um usuário no Bluesky. Outro comentário reforçou: “Meu Twitter voltou a pegar depois que conectei o Wi-Fi”.
Embora esses relatos estejam ganhando força, o motivo para que apenas alguns usuários estejam conseguindo acesso à rede social ainda é incerto.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que está acompanhando o caso, mas, até o momento, não houve alteração oficial na decisão de bloqueio imposta anteriormente.
Posicionamento oficial do governo
Até o fechamento desta matéria, o Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela suspensão do X, ainda não se manifestou sobre esses acessos. A Conexis Brasil Digital, associação que reúne as empresas de telecomunicações no país, também não se pronunciou a respeito.
Por outro lado, o portal de notícias G1 informou que está tentando contato com a empresa X para esclarecimentos.
Bloqueio do X no Brasil desde agosto
O X está suspenso no Brasil desde o final de agosto. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no dia 30 de agosto de 2024. O bloqueio ocorreu após a empresa não cumprir uma ordem judicial que determinava a nomeação de um representante legal no Brasil.
Moraes deu um prazo de 24 horas, a partir do dia 28 de agosto, para que o X atendesse à determinação. Esse prazo se encerrou no dia 29 de agosto, às 20h07, e a empresa se recusou a cumprir a ordem, alegando que considerava a exigência “ilegal”. Como consequência, o STF determinou o bloqueio da rede social em todo o território nacional.
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Ações contra Starlink e multa milionária
Além do bloqueio do X, o ministro Alexandre de Moraes também tomou medidas contra outra empresa de Elon Musk, a Starlink, que fornece internet via satélite. No dia 29 de agosto, as contas da Starlink foram bloqueadas como forma de garantir o pagamento das multas aplicadas ao X pela Justiça brasileira.
No entanto, na última sexta-feira (13 de setembro), Moraes determinou o desbloqueio das contas da Starlink, após a transferência de R$ 18,35 milhões para os cofres da União.
Esse valor será destinado ao pagamento das multas acumuladas pelo X, em decorrência de sua resistência em cumprir as ordens judiciais.
Futuro incerto e desafios jurídicos
Apesar das ações já tomadas, o futuro da situação do X no Brasil permanece incerto. Embora alguns usuários estejam conseguindo acessar a plataforma, a maioria ainda enfrenta bloqueios, conforme determinado pelo STF.
Além disso, a falta de um representante legal da empresa no país continua sendo um ponto crítico.
Há também uma preocupação crescente entre especialistas sobre o impacto das ações judiciais em outras plataformas de tecnologia, especialmente aquelas que operam no Brasil sem uma presença legal robusta.
A decisão de bloquear o X pode abrir precedentes para que medidas semelhantes sejam aplicadas a outras empresas que não cumpram com as exigências do governo brasileiro.
Anatel e Conexis em ação
A Anatel informou que continua apurando o caso para entender as razões pelas quais algumas pessoas estão conseguindo acessar o X. Já a Conexis, que representa as empresas de telecomunicações, também está investigando possíveis falhas nos mecanismos de bloqueio.
Especialistas apontam que a complexidade técnica desse tipo de bloqueio pode gerar inconsistências no sistema, o que explicaria por que alguns usuários conseguem acessar a rede enquanto outros não. No entanto, até que haja uma posição oficial das autoridades envolvidas, a situação permanece nebulosa.
O bloqueio do X tem gerado grande repercussão no Brasil, especialmente devido ao grande número de usuários da plataforma no país. O Brasil é um dos maiores mercados do X, com milhões de pessoas utilizando a rede social diariamente para compartilhar informações, debater temas e consumir conteúdo.
Com a suspensão, muitos usuários migraram para plataformas concorrentes, como o Bluesky, que viu um aumento expressivo de usuários brasileiros. Apesar disso, o X ainda mantém uma base fiel de seguidores, que aguardam ansiosamente por uma resolução do impasse jurídico.
Perspectivas
Embora o futuro do X no Brasil seja incerto, o caso serve de alerta para outras empresas de tecnologia que operam no país. A necessidade de cumprir as exigências legais locais é fundamental para garantir a continuidade das operações e evitar conflitos com as autoridades.
Enquanto isso, os usuários seguem atentos às atualizações do caso, na expectativa de que o acesso à plataforma seja restabelecido de forma plena e que a empresa atenda às determinações da Justiça brasileira.