O horário de verão pode voltar a ser uma realidade no Brasil. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é “muito provável” que o governo retome essa medida em breve.
A declaração foi feita nesta segunda-feira (16/9) durante entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais. Se for implementado novamente, o horário de verão será reintroduzido de forma “extremamente planejada” e pode começar em até 30 dias após a decisão.
O que pode acontecer com a volta do horário de verão
Silveira destacou que o horário de verão traz benefícios significativos para setores como o comércio, turismo, bares e restaurantes. Com dias mais longos, as pessoas tendem a prolongar suas atividades de lazer e consumo, impulsionando a economia.
Além disso, o Brasil vive um momento econômico positivo, com a inflação controlada e o menor índice de desemprego formal da história. Isso, segundo o ministro, cria um cenário favorável para a retomada do horário especial.
“A economia brasileira está em um ótimo momento, e o horário de verão pode aquecer ainda mais esses setores. Estamos avaliando o contexto com cautela, mas é provável que o governo proponha o retorno do horário de verão”, explicou o ministro.
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Escassez hídrica e a importância da medida
Outro ponto relevante mencionado por Silveira é a crise hídrica que o Brasil enfrenta. O país vive a pior escassez de chuvas dos últimos 93 anos, o que torna o horário de verão uma medida estratégica para garantir a segurança do sistema elétrico.
O ministro ressaltou que, ao adotar o horário especial, o Brasil pode economizar energia, especialmente no horário de pico, e evitar que o custo da conta de luz suba para a população.
“O horário de verão pode ajudar a melhorar a resiliência do nosso sistema de energia, garantindo que todos os brasileiros tenham acesso à eletricidade sem que os preços subam desnecessariamente”, afirmou Silveira.
Ele também garantiu que, mesmo com a crise hídrica, não haverá risco de crise energética no Brasil este ano.
Crítica à extinção do horário de verão no governo Bolsonaro
Silveira aproveitou a oportunidade para criticar a decisão do governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), que extinguiu o horário de verão em 2019. Segundo o ministro, a extinção ocorreu sem uma análise técnica adequada, o que prejudicou a economia de energia no país.
“Foi uma decisão irresponsável do governo anterior, que não se baseou em estudos do setor elétrico. O horário de verão poderia ter ajudado muito em momentos de crise”, criticou o ministro.
Ele também mencionou que, em 2021, o governo Bolsonaro chegou a considerar a volta do horário especial durante uma crise energética, mas a medida não foi implementada.
História e funcionamento do horário de verão no Brasil
O horário de verão é uma prática adotada em diversos países para aproveitar melhor a luz natural nos meses mais quentes do ano.
A ideia é adiantar os relógios em uma hora, de forma que as atividades do dia terminem enquanto ainda há luz solar, reduzindo assim o consumo de energia elétrica durante o chamado “horário de pico”. Nesse período, a demanda por energia aumenta, principalmente com o uso de iluminação artificial.
No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas. Porém, ele só passou a ser implementado de maneira contínua a partir de 1985, vigorando entre os meses de outubro e fevereiro. A medida era aplicada em estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal.
Os estados que seguiam o horário de verão eram: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A ideia era concentrar o horário especial nas regiões que mais consumiam energia durante o período.
Extinção e polêmica
Em 2019, o governo Bolsonaro optou por extinguir o horário de verão, justificando que os ganhos em economia de energia não eram mais significativos.
De acordo com estudos da época, a mudança nos hábitos de consumo de energia, especialmente com o aumento do uso de aparelhos como ar-condicionado, fez com que a economia obtida com o horário especial fosse mínima. Além disso, pesquisas de opinião mostraram que a maioria da população era contrária à prática.
Agora, com a possível retomada, o governo atual está reavaliando os impactos econômicos e energéticos da medida. O debate sobre a volta do horário de verão pode gerar discussões tanto no meio político quanto entre os brasileiros, que seguem divididos sobre os benefícios e desvantagens da prática.
Com a crise hídrica e o cenário econômico favorável, a volta do horário de verão parece estar mais perto de se tornar realidade. A proposta, ainda sob análise, deve ser apresentada ao governo em breve.
Se aprovada, a medida será implementada de forma planejada, garantindo que setores estratégicos da economia e a população como um todo possam se beneficiar dessa alteração no relógio.