Suas redes sociais podem te custar o benefício do INSS! Será? Confira essa polêmica

Nos últimos anos, a crescente preocupação dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com a possibilidade de terem seus benefícios cortados por causa de publicações em redes sociais ganhou destaque.

Essa questão tem levantado dúvidas e incertezas sobre até que ponto o governo pode monitorar a vida online dos beneficiários e se essas postagens podem, de fato, influenciar na concessão ou manutenção do benefício. Afinal, será que o INSS pode realmente fiscalizar as redes sociais e usar isso como base para cortar benefícios?

Com a expansão do uso das redes sociais, as pessoas passaram a compartilhar mais aspectos de suas vidas, desde momentos pessoais até questões profissionais.

No entanto, essa exposição traz também novos desafios, especialmente quando se trata de benefícios como auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. Vamos entender melhor como funciona essa fiscalização e o que pode ou não prejudicar os segurados.

A preocupação com o uso das redes sociais por beneficiários do INSS é compreensível, mas é necessário separar os mitos da realidade.(Foto: Jeane de Oliveira /noticiasmanha.com.br).

O INSS tem permissão para monitorar redes sociais?

Sim, o INSS tem o direito de investigar a vida de seus beneficiários, desde que haja indícios de irregularidades. Isso inclui a possibilidade de utilizar postagens em redes sociais como parte da análise. No entanto, é importante destacar que essa fiscalização só ocorre em casos específicos, como denúncias ou suspeitas de fraudes.

O cruzamento de dados digitais pode ser realizado por meio de parcerias entre o governo e as plataformas de redes sociais, e o foco principal está em casos de inconsistências entre a alegação de incapacidade e o comportamento público do segurado.

Por exemplo, se um indivíduo recebe auxílio-doença por uma condição que o impede de trabalhar, mas publica fotos ou vídeos realizando atividades que contradizem essa incapacidade, como praticar esportes radicais ou realizar tarefas pesadas, o benefício pode ser revisado ou até mesmo cancelado. Portanto, é fundamental que os beneficiários mantenham coerência entre suas condições médicas e o conteúdo que compartilham publicamente.

Critérios para revisão de benefícios

A fiscalização do INSS não se resume apenas às redes sociais. A análise de benefícios envolve um conjunto de critérios bem definidos, como exames médicos periódicos, reavaliação de documentos e verificação de dados.

As redes sociais entram como mais um elemento de verificação, que pode reforçar ou contestar informações fornecidas pelos segurados.

Além disso, a Lei n.º 13.846, de 2019, reforça a possibilidade de revisão de benefícios sempre que houver indícios de fraude. Essa legislação é uma das ferramentas utilizadas pelo governo para combater irregularidades, e as redes sociais podem, sim, fazer parte desse processo, desde que respeitados os limites legais.

Exemplo de casos em que o benefício pode ser comprometido

Um dos exemplos mais comuns de cortes de benefícios ocorre quando segurados que recebem auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez publicam nas redes sociais conteúdos que não condizem com suas alegações de incapacidade.

Por exemplo, se uma pessoa recebe um benefício por ter uma condição física que impede movimentos bruscos ou esforços físicos e publica um vídeo praticando atividades intensas, isso pode levantar suspeitas e levar a uma reavaliação do benefício.

Contudo, nem todas as postagens serão monitoradas ou usadas como base para cortes. O INSS não fiscaliza de forma generalizada as redes sociais dos segurados, mas investiga casos com evidências concretas de irregularidades. Portanto, o simples fato de ter um perfil ativo nas redes não coloca o benefício em risco, desde que as postagens não contradigam as condições que justificam o pagamento do benefício.

Como garantir a manutenção dos direitos?

Os segurados do INSS que fazem uso das redes sociais devem ficar atentos ao tipo de conteúdo que publicam. É importante não expor situações que possam ser interpretadas como contradições em relação ao motivo pelo qual o benefício foi concedido.

Além disso, é essencial estar em dia com a documentação médica e os exames exigidos pelo INSS.A transparência e a regularidade na comunicação com o órgão são fatores fundamentais para garantir a continuidade do benefício.

Caso o segurado seja chamado para uma reavaliação, é essencial que ele apresente todos os documentos que comprovem sua condição, além de ter um bom acompanhamento médico para atestar a incapacidade, se for o caso.

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Separando mitos da realidade

A preocupação com o uso das redes sociais por beneficiários do INSS é compreensível, mas é necessário separar os mitos da realidade. O órgão pode, sim, utilizar informações públicas para investigar possíveis fraudes, mas essa fiscalização não ocorre de forma indiscriminada.

Apenas casos com indícios de irregularidades são analisados, e as redes sociais são apenas uma parte desse processo de verificação.

Para os segurados que agem de acordo com as regras e não fazem uso inadequado dos benefícios, não há motivo para preocupação. No entanto, é fundamental estar sempre atento às obrigações junto ao INSS e evitar publicar conteúdos que possam ser mal interpretados. Dessa forma, é possível garantir a manutenção dos direitos sem abrir margem para questionamentos ou revisões desnecessárias.

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