No Brasil, a realidade das ruas apresenta um desafio crescente. Dados recentes indicam que, a cada hora, 5,8 pessoas passam a viver ao relento, confrontando não só as adversidades climáticas, mas também a burocracia para acessar programas sociais como o Bolsa Família. Mas afinal, moradores de rua podem se beneficiar deste programa?
Bolsa Família para moradores de rua, entenda
Para entender essa questão, é crucial destacar o papel do Cadastro Único (CadÚnico), a plataforma governamental que funciona como porta de entrada para diversas políticas de proteção social. A inclusão no CadÚnico é pré-requisito para receber o Bolsa Família, mas a realidade mostra que nem todos conseguem superar esse obstáculo.
Felipe Santos, por exemplo, encontrou-se numa encruzilhada burocrática após mudanças drásticas em sua vida. A falta de um documento simples, como um RG, tem impedido sua reinscrição no cadastro, bloqueando seu acesso ao Bolsa Família. A história de Felipe ilustra a dura realidade de muitos que, embora elegíveis, encontram barreiras quase intransponíveis.
Veja mais sobre: Aproveite BÔNUS de R$ 102 que será pago com o Bolsa Família em Abril para beneficiários da lista
A busca ativa: Um esforço conjugado
A situação tem chamado a atenção de autoridades e organizações. O governo federal tem incentivado os municípios a intensificar a busca ativa, um esforço para identificar indivíduos que vivem nas ruas e incluí-los no CadÚnico. Essa estratégia é parte de um esforço mais amplo para refinar o cadastro e garantir que os recursos cheguem a quem realmente precisa.
Em São Paulo, cidade que abriga quase um quarto da população em situação de rua do país, há esforços significativos nesse sentido. Cerca de 80% dessa população já está cadastrada e recebe o Bolsa Família, segundo dados recentes da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS).
Conheça histórias de resistência
A vida nas ruas é marcada por histórias de resistência e resiliência. Sérgio Rodrigues, por exemplo, não recebe o Bolsa Família há dois anos devido à falta de documentos. Após uma vida de altos e baixos, Sérgio ainda tem esperança de uma reviravolta, sonhando em deixar as ruas e encontrar um emprego estável.
Outros, como Gucci Zara e Rodrigo Medeiros, compartilham sonhos semelhantes de reconstrução e retorno à sociedade. Apesar das adversidades, planejam deixar as ruas e o benefício, em busca de uma nova vida longe das adversidades que os cercam.
As histórias de Felipe, Sérgio, Gucci e Rodrigo são apenas algumas entre milhares que ressaltam a necessidade urgente de políticas mais eficazes e humanizadas. O estado, ao lado de organizações não governamentais e da sociedade civil, deve intensificar seus esforços para não apenas atender, mas antecipar as necessidades dessa população vulnerável, assegurando que os benefícios sociais cumpram seu papel essencial na reconstrução de vidas.
Não deixe de conferir: Idosos podem receber R$ 2.824 em benefícios, veja como