Professores, técnicos-administrativos e servidores de universidades, centros de educação tecnológicas e institutos federais de todas as regiões do Brasil decidiram entrar em greve a partir de segunda-feira, 15 de março.
Esta decisão representa uma adesão significativa ao movimento iniciado por servidores técnico-administrativos em educação no dia 11 de março, o qual já contava com a participação de trabalhadores de 50 universidades e quatro institutos.
Reivindicações e motivos da greve
A categoria dos professores reivindica um reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06%, com a primeira parcela ainda para este ano e as outras duas para 2025 e 2026.
Além do reajuste salarial, a Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) destaca a necessidade urgente de investimentos públicos nas instituições federais de educação.
Os servidores técnico-administrativos em educação também têm suas próprias demandas, buscando a reestruturação do plano de carreira, o que inclui a recomposição salarial.
A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) ressalta que a greve é um direito constitucional garantido aos trabalhadores, e que as seções sindicais e os servidores têm autonomia para deliberar quanto à participação no movimento.
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Impacto dos cortes na educação
O contexto da greve se dá em meio a cortes significativos na educação. Durante o ano de 2024, o governo Lula (PT) realizou diversos cortes de verbas em diferentes áreas, incluindo a educação.
Ministérios como o da Educação e o da Ciência e Tecnologia sofreram reduções orçamentárias, afetando diretamente as instituições de ensino, pesquisa e assistência estudantil.
Entre os impactos mais relevantes, destacam-se os cortes na verba do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que sofreu uma redução de R$ 73 milhões, representando cerca de 3,6% do recurso destinado à pesquisa.
As instituições de ensino têm reiterado suas reclamações sobre a falta de verbas, destacando que as verbas recebidas são insuficientes para garantir a qualidade e o funcionamento adequado das atividades acadêmicas.
Instituições em greve: lista de participantes
A greve ganhou adesão em diversas instituições em todo o país. Abaixo está uma lista das instituições que já aderiram ao movimento, bem como aquelas que estão em estado de greve ou que estão em processo de construção de greve:
Em greve desde 15/4:
- Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ)
- Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão;
- Universidade Federal de Sergipe (UFS);
- Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
- Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Com indicativo/construção de greve aprovada sem data de deflagração:
- Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
- Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
- Universidade Federal do Piauí (UFPI)
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
- Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
- Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Em estado de greve:
- Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
- Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
- Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
A greve nas instituições federais de ensino reflete não apenas as demandas específicas dos servidores, mas também a preocupação com o futuro da educação pública no Brasil, em meio a cortes orçamentários e desvalorização dos profissionais da área.
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