O Itaú Unibanco divulgou recentemente uma projeção sobre a Taxa Selic, prevendo que esta alcançará 9,75% ao final do ciclo em 2025.
Essa previsão reflete os desafios econômicos globais e a desinflação lenta no Brasil. Siga a leitura e entenda como essa projeção impacta a economia e o câmbio.
Influência de fatores internos e externos na política monetária
A revisão da projeção da Selic pelo Itaú demonstra a influência de fatores tanto internacionais quanto locais na tomada de decisão do Banco Central.
Internacionalmente, a desinflação nas economias desenvolvidas tem sido errática, afetando diretamente as políticas de juros e os fluxos cambiais.
Já no cenário doméstico, os reajustes salariais têm superado os índices inflacionários, especialmente nos serviços ligados ao mercado de trabalho.
Isso, por sua vez, tem pressionado as margens inflacionárias para cima, elevando as expectativas de inflação acima da meta estabelecida.
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Impacto dos reajustes salariais na política de juros
Na perspectiva do Itaú Unibanco, os reajustes salariais acima da inflação contribuem para um ambiente de pressão inflacionária, especialmente no segmento de serviços.
Isso destaca a necessidade de uma taxa Selic mais resiliente para ancorar as expectativas de inflação e reiterar o compromisso do Banco Central com a meta estabelecida.
Portanto, a projeção de manutenção da taxa em 9,75% ao longo de 2025 é justificada, embora haja a possibilidade de uma interrupção antecipada desse ciclo, diante dos riscos inflacionários previstos para o próximo ano.
Projeções para o IPCA e a taxa de câmbio
Além da projeção para a Selic, o Itaú Unibanco revisou suas expectativas inflacionárias, prevendo um aumento do IPCA de 3,6% para 3,7% em 2024 e de 3,5% para 3,6% em 2025.
Esse ajuste reflete uma composição adversa de fatores, incluindo um mercado de trabalho mais restrito e uma aceleração dos salários.
Quanto à taxa de câmbio, o banco espera um dólar mais valorizado ao final de 2024 e 2025, cotado a R$ 5,00 e R$ 5,20, respectivamente, devido a expectativas de cortes menores nas taxas de juros americanas e um cenário global que mantém o dólar fortalecido.
Impacto dos fundamentos externos e locais na taxa de câmbio
Analistas do Itaú Unibanco destacam que os fundamentos externos tendem a se tornar mais desafiadores, exercendo maior pressão sobre a moeda brasileira.
No entanto, essa situação é parcialmente compensada por uma taxa Selic mais alta, que pode servir como um fator de contenção.
Além disso, há elementos locais, como o forte desempenho da balança comercial e um prêmio de risco doméstico em níveis historicamente baixos, que suportam um cenário relativamente otimista para a economia brasileira, apesar dos desafios.
Em resumo, o panorama econômico detalhado pelo Itaú Unibanco revela a complexidade da política monetária em contexto de instabilidades nos mercados globais e pressões inflacionárias internas.
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