Uma pesquisa recente revelou um aspecto intrigante da relação dos brasileiros mais ricos com o dinheiro. Apesar de possuírem um bom conhecimento sobre finanças, uma parcela significativa não se organiza financeiramente.
De acordo com o estudo do Instituto Locomotiva, intitulado “Itaú Personnalité: Brasileiros e a alta renda”, realizado nacionalmente no último trimestre de 2023, apenas 20% dos entrevistados se encontram no patamar considerado de alto planejamento financeiro.
Surpreendentemente, entre aqueles com conhecimento avançado ou que se consideram especialistas em finanças, 41% ainda mantêm investimentos em poupança.
Quem são os ricos no Brasil?
A pesquisa destacou que os brasileiros de alta renda representam apenas 3% da população adulta do país, movimentando cerca de R$ 970 bilhões anualmente.
Entre eles, 80% se declaram otimistas em relação à própria situação financeira, com um destaque para os jovens, que apresentam um índice ainda mais alto de otimismo (94%).
No entanto, o medo de perder renda ou patrimônio é uma preocupação expressiva, especialmente relacionada a crises econômicas, golpes na internet e investimentos mal sucedidos.
Confira: Amido resistente é o novo aliado do emagrecimento; saiba quais alimentos são ricos nele
A lacuna entre conhecimento e prática financeira
Um dos aspectos mais destacados pela pesquisa é a existência de uma lacuna entre o conhecimento financeiro e a prática.
Embora 77% dos entrevistados afirmem ter conhecimento suficiente para tomar decisões financeiras, a poupança ainda é uma opção relevante para muitos deles, inclusive para 27% daqueles que se consideram investidores arrojados.
Apenas 20% dos entrevistados demonstraram ter disciplina financeira em práticas como estabelecer metas de longo prazo, controlar ganhos e reservar para emergências e aposentadoria.
Onde os ricos investem?
Outro ponto interessante revelado pela pesquisa é a preferência por investimentos conservadores, mesmo entre aqueles com alto nível de conhecimento financeiro.
51% dos investidores de alta renda optam por renda fixa, enquanto 39% ainda mantêm dinheiro na poupança.
Diferenças de gênero na relação com o dinheiro
Quando analisamos por gênero, as mulheres demonstram um maior interesse em aprender sobre investimentos, representando 43% do total feminino, em comparação com 34% do público masculino.
No entanto, tanto homens quanto mulheres enfrentam um desafio semelhante: a dificuldade em discutir sobre dinheiro com companheiros ou familiares, o que gera desconforto e estresse para metade dos entrevistados.
O novo papel dos bancos na vida financeira
Diante dessas questões, o papel dos bancos na vida das pessoas tem evoluído. No Itaú Personnalité, por exemplo, a abordagem vai além da consultoria financeira, buscando uma relação mais próxima e humanizada.
Eventos de experiência são promovidos nos Investment Centers, visando apoiar os clientes em temas específicos e grupos de interesse.
Valorização da qualidade de vida
A pesquisa revelou que a pandemia influenciou a percepção de qualidade de vida entre os brasileiros de alta renda.
65% deles passaram a valorizar mais a qualidade de vida após o surgimento da Covid-19, sendo que 66% deram mais importância à família e 70% optariam por ter mais tempo em vez de uma renda maior.
Metodologia da pesquisa
O estudo realizado pelo Instituto Locomotiva utilizou métodos quantitativos e qualitativos, incluindo questionários de autopreenchimento e grupos de discussão.
Foram entrevistadas 1.216 pessoas com mais de 18 anos e renda pessoal mensal igual ou superior a R$ 10 mil. A margem de erro da pesquisa é de 2,8 pontos percentuais.
Saiba também: Quanto valem os times de futebol mais ricos do Brasil?