Em um contexto de aumento significativo de casos, a preocupação com a subnotificação da Covid-19 se intensifica. Especialistas na área de infectologia alertam para a necessidade imperativa de retomar a rotina de testes clínicos em hospitais, especialmente diante da coincidência de diagnósticos de dengue e Covid-19, que pode resultar em quadros de saúde severos e aumentar o risco de letalidade, particularmente entre idosos e indivíduos com comorbidades.
Subnotificação e a necessidade de vigilância
Hamilton Bonilha, médico à frente do Instituto de Vacinação e Infectologia de Piracicaba (SP), levantou a questão da subnotificação de casos de Covid-19 neste ano. Em entrevista ao g1, Bonilha ressaltou a importância da continuidade dos testes clínicos, especialmente após períodos de maior aglomeração social, como férias e carnaval. Com mais de 1.7 mil casos de dengue reportados, Piracicaba enfrenta um cenário desafiador, exacerbado pelo retorno das positivações para Covid-19 e um aumento nas hospitalizações devido ao vírus.
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O impacto da dengue e da Covid-19
A coinfecção de dengue e Covid-19 representa um risco elevado de desenvolver quadros graves de saúde. A Secretaria de Saúde de Piracicaba reportou 774 casos confirmados de Covid-19, sem mortes registradas, mas com uma hospitalização em média em fevereiro deste ano.
A simultaneidade dessas doenças, conforme Bonilha, pode comprometer a imunidade do indivíduo e potencializar o agravamento da condição, especialmente em populações vulneráveis.
Desafios na notificação e vacinação
A subnotificação, segundo Bonilha, é uma realidade alimentada pela dificuldade de notificação, uso de autotestes e a ausência de testagem rotineira em algumas instituições de saúde. A pandemia, ainda marcada pelo carnaval, pode estar experimentando um aumento de casos não totalmente capturados pelas estatísticas oficiais.
Além disso, a hesitação em completar o esquema vacinal contribui para a persistência da doença. A desinformação sobre a eficácia e a importância das vacinas, especialmente a bivalente, é um obstáculo significativo na luta contra a Covid-19.
A importância da vacinação e o aumento nas hospitalizações
A adesão à vacinação é enfatizada como a medida mais eficaz de proteção contra a Covid-19, com a vacina bivalente oferecendo cobertura contra a variante ômicron. Em Piracicaba, o número de internações por Covid-19 teve um aumento aproximado de 450% entre janeiro e fevereiro de 2024.
Dados municipais indicam uma hospitalização quase diária em fevereiro, sinalizando a necessidade de uma resposta ágil e efetiva da saúde pública.
Hospitais particulares da cidade também registraram um aumento nas internações, destacando a persistência do vírus e a necessidade de vigilância contínua. Enquanto alguns hospitais não têm pacientes de Covid-19 internados no momento, outros relatam um aumento significativo, reforçando a variabilidade e a imprevisibilidade da situação.
A conjuntura atual exige uma resposta coordenada e informada das autoridades de saúde, profissionais médicos e da população em geral. A retomada da rotina de testes clínicos, junto com uma campanha de vacinação robusta e esforços contínuos para combater a desinformação, são fundamentais para controlar a disseminação da Covid-19 e mitigar os efeitos da dengue.
A situação em Piracicaba serve como um lembrete da complexidade da gestão de saúde pública em tempos de pandemia e da importância de estratégias integradas para enfrentar esses desafios.
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