Falecido deixou dívidas? Justiça define quem tem que pagar

No Brasil, os empréstimos consignados têm se mostrado uma opção de crédito bastante popular, especialmente entre aposentados, pensionistas do INSS, servidores públicos e empregados de empresas privadas. Este modelo de empréstimo é distinguido pela maneira como as parcelas são pagas, normalmente sendo descontadas diretamente da folha de pagamento ou do benefício social. Embora seja um método conveniente de empréstimo, ele traz consigo questões complexas, particularmente quando se trata do falecimento do titular do empréstimo.

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Falecido deixou dívidas Justiça define quem tem que pagar | Foto: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

Herdeiros e dívidas pendentes

Recentemente, uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) jogou luz sobre a responsabilidade dos herdeiros em relação às dívidas de empréstimos consignados após a morte do devedor. A 10ª Turma do TRF-1 decidiu que os herdeiros são responsáveis pelo pagamento da dívida remanescente de um empréstimo consignado caso o devedor venha a falecer. Este julgamento surgiu após a rejeição de um recurso que visava anular a cobrança de uma dívida deixada por um falecido.

Os herdeiros argumentaram com base na Lei 1.046/1950, que determina a extinção da dívida no evento da morte do contratante. Adicionalmente, mencionaram a norma 10.820/2003, que regula os empréstimos consignados, mas não fornece diretrizes claras para casos de óbito do mutuário. O juiz federal Pablo Baldivieso, seguindo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pontuou que a dívida persiste se o contrato de empréstimo não incluir seguro que cubra o falecimento do contratante.

Essa decisão implica que herdeiros podem precisar usar a herança para saldar dívidas de empréstimos consignados deixadas por parentes falecidos. Torna-se um aspecto crucial no manejo da herança e nas obrigações financeiras pós-morte.

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Falecido deixou dívidas Justiça define quem tem que pagar | Foto: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

Entenda a importância do seguro de vida

A presença de um seguro de vida em contratos de empréstimo consignado surge como um elemento central nesta discussão. Enquanto alguns contratos incluem seguro que quita o saldo devedor em caso de morte do contratante, outros não oferecem essa salvaguarda. A falta de seguro de vida no contrato pode acarretar em consequências financeiras substanciais para os herdeiros.

A decisão do TRF-1 sublinha a importância da consciência financeira e do planejamento sucessório. Os tomadores de empréstimos devem entender completamente os termos do contrato, incluindo as implicações para os herdeiros em caso de falecimento. Esta situação evidencia a necessidade de um planejamento financeiro e sucessório prudente, para proteger o patrimônio familiar e evitar surpresas desagradáveis.

Esta decisão do TRF-1 não apenas afeta os herdeiros diretamente envolvidos, mas também pode ter repercussões sociais e econômicas mais amplas. Ela destaca a necessidade de uma maior transparência e compreensão das condições de crédito no Brasil. Além disso, ressalta a importância de uma legislação clara e abrangente que proteja os direitos dos consumidores e assegure que os herdeiros não sejam indevidamente sobrecarregados por dívidas não planejadas.

Este cenário destaca a importância da prevenção e da educação financeira. Entender seus direitos e manter informações pessoais seguras são práticas essenciais para evitar fraudes financeiras.

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