Imagine a sensação de segurança ao saber que, em caso de roubo, furto ou perda do seu smartphone, há um aplicativo capaz de bloqueá-lo instantaneamente, protegendo seus dados e informações pessoais. Esta foi a promessa do governo federal com o lançamento do “Celular Seguro” no dia 19 de dezembro de 2023. Porém, a realidade se mostrou um tanto diferente, e agora usuários enfrentam um impasse inesperado.
App do governo bloqueia “para sempre” o celular?
A proposta do “Celular Seguro” era simples e atrativa: um aplicativo capaz de inutilizar aparelhos roubados, furtados ou perdidos, notificando até mesmo aplicativos de banco sobre a ocorrência. No entanto, uma série de relatos trouxe à tona uma questão preocupante: uma vez bloqueado, o celular não pode ser desbloqueado.
O funcionamento do “Celular Seguro” é direto. Após o download do aplicativo ou acesso via web, o usuário registra informações pessoais, número de telefone e o IMEI do aparelho. Em caso de perda ou roubo, basta acessar o app de um terceiro celular confiável para bloquear o dispositivo perdido. A eficácia do sistema foi confirmada por vários usuários que, ao testarem o recurso, descobriram que seus dispositivos foram permanentemente bloqueados, sem qualquer opção de reversão.
Esses relatos vieram à tona principalmente no Twitter e nas lojas de aplicativos, onde o “Celular Seguro” está disponível gratuitamente. Até o momento, não existe no app ou na versão web uma funcionalidade para desbloquear os aparelhos afetados. O ministro da Justiça, Ricardo Cappelli, comentou a situação com certa ironia, destacando a irreversibilidade do processo.
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A Iniciativa e Suas Consequências
O programa “Celular Seguro” surgiu como uma estratégia para combater crimes relacionados a smartphones, oferecendo aos proprietários um meio de tornar os aparelhos roubados inutilizáveis. Além disso, o app agiliza a comunicação de ocorrências e evita a necessidade de bloquear individualmente todos os serviços contidos no dispositivo, como aplicativos bancários, que são parceiros da iniciativa.
Diante do impasse criado pelo bloqueio irreversível do “Celular Seguro”, os usuários afetados enfrentam um desafio considerável para desbloquear seus aparelhos. Atualmente, o aplicativo não oferece uma funcionalidade interna para reverter o bloqueio, o que coloca os proprietários dos dispositivos em uma situação complicada.
A solução, embora não ideal, passa pela necessidade de contatar individualmente as empresas envolvidas. Isso inclui a fabricante do smartphone e os desenvolvedores dos aplicativos afetados, como os bancários. Cada empresa terá seu próprio procedimento para verificar a legitimidade da solicitação e, eventualmente, desbloquear o aparelho ou as contas associadas.
Esse processo pode ser demorado e exigir uma série de comprovações e interações com os serviços de atendimento ao cliente, gerando um ônus adicional para o usuário que apenas buscava uma camada extra de segurança para seu dispositivo. Ressalta-se a importância de uma comunicação clara e eficaz por parte das autoridades responsáveis pelo “Celular Seguro”, visando orientar os usuários sobre as implicações do uso do aplicativo e os passos a serem seguidos em caso de bloqueio acidental.
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