O governo federal lançou nesta terça-feira (19) o Celular Seguro, um serviço que promete agilizar o bloqueio de aparelhos roubados ou furtados. O serviço é uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e instituições financeiras.
Para utilizar o Celular Seguro, os usuários precisam se cadastrar previamente no aplicativo ou no site do serviço. Ao fazer isso, eles fornecem informações como nome, CPF, número do celular e IMEI do aparelho.
Como funciona o Celular Seguro, do governo?
Em caso de roubo ou furto, o usuário deve acessar o aplicativo Celular Seguro (na App Store e na Play Store) e registrar uma ocorrência. O alerta será enviado, ao mesmo tempo, para operadoras de telefonia e bancos que participam do programa. É preciso ter conta no gov.br.
As operadoras de telefonia têm até seis horas para encaminhar o pedido de bloqueio para a Anatel. A Anatel, por sua vez, tem até um dia útil para bloquear a linha telefônica do aparelho.
Os bancos participantes do programa também bloqueiam o acesso aos seus aplicativos aos aparelhos roubados ou furtados. O prazo para o bloqueio varia de acordo com cada instituição financeira.
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Proteção contra roubos
O Celular Seguro é um avanço importante no combate aos roubos de smartphones no Brasil. O serviço deve ajudar a reduzir o tempo que os criminosos têm para usar os aparelhos das vítimas.
No entanto, o serviço ainda tem alguns desafios a superar. Um deles é o fato de que os aparelhos não ficam totalmente inutilizados com o bloqueio. Os criminosos ainda podem usar os aparelhos para acessar aplicativos que não dependem da linha telefônica, como redes sociais e jogos.
Outro desafio é a possibilidade de os criminosos burlarem o sistema. Isso já aconteceu com outros serviços semelhantes, como o Bloqueio Móvel Inteligente (BMI), lançado em 2013.
O governo federal pretende ampliar o Celular Seguro em janeiro de 2024. A ideia é incluir o bloqueio do chip, além da linha telefônica, e impedir o recebimento de mensagens de texto que permitem recuperar senhas de redes sociais.
Além disso, o governo pretende incluir iFood, Uber, 99, Mercado Livre e Nubank no programa. A inclusão dessas empresas deve dificultar ainda mais o uso dos aparelhos roubados pelos criminosos.
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Avaliação de especialistas
O diretor de tecnologia da empresa de telecomunicações Sage Networks, Thiago Ayub, disse que o Celular Seguro é um “passo na direção certa”. No entanto, ele destacou a importância de incluir fabricantes de celular e desenvolvedoras de sistemas no programa. As informações são do portal g1, da Globo.
“Essas ações terão uma chance de sucesso bem maior, seja utilizando outro tipo de identificação não alterável do aparelho, seja impedindo o mecanismo de troca de IMEI [código de identificação do aparelho] que criminosos já demonstraram serem aptos a alterar”, disse Ayub.
O presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, Hiago Kin, alertou para possíveis mal-entendidos que o novo app pode causar. Para ele, usuários poderão se confundir e pensar que a ferramenta bloqueia celulares, quando, na verdade, apenas notifica outras instituições.
“O maior risco à população se dá por meio das brechas a ataques de engenharia social, como usuários sendo enganados, a partir de comunicações falsas de que ‘seus números serão bloqueados por um app do governo'”, afirmou Kin.
O Celular Seguro é uma iniciativa importante que pode ajudar a reduzir os roubos de smartphones no Brasil. No entanto, o serviço ainda tem alguns desafios a superar. O governo federal precisa trabalhar para garantir que o serviço seja eficaz e seguro.