A ação movida por mais de 40 estados norte-americanos argumenta que a gigante Meta, dona do Facebook, estava ciente das fraquezas das proteções da plataforma contra o uso por crianças com menos de 13 anos, violando leis tanto dos EUA quanto da própria empresa. Acompanhe a leitura, logo abaixo, e entenda mais detalhes sobre o caso.
Com o alvo certo
A gigante da tecnologia Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, é alvo de novas revelações que apontam para a sua estratégia de explorar vulnerabilidades psicológicas de adolescentes por meio de seus produtos nas redes sociais.
Documentos internos da empresa, citados pelo Wall Street Journal, expõem uma apresentação interna de 2020, revelando que a Meta buscava capitalizar partes da mente dos jovens que os tornam “propensos a impulsos, à pressão dos colegas e a comportamentos potencialmente prejudiciais”.
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Entendendo o caso
De acordo com o jornal americano, esses documentos fazem parte de um processo movido por uma coalizão de 41 estados e o Distrito de Columbia, alegando que a Meta intencionalmente construiu o Facebook e o Instagram com recursos viciantes para os jovens usuários.
Os produtos das redes sociais foram descritos como propensos a fornecer estímulos que desencadeiam uma poderosa neurotransmissão no cérebro dos usuários mais jovens.
Em uma apresentação interna, a Meta reconhece que “os adolescentes são insaciáveis quando se trata de efeitos de dopamina que os fazem se sentir bem”. Cada descoberta inesperada nas plataformas entrega uma pancada de dopamina aos cérebros dos usuários adolescentes, revela o documento.
A versão da Meta
A porta-voz da Meta, Stephanie Otway, no entanto, nega a intenção da empresa em projetar produtos viciantes. Segundo ela, a reclamação dos estados americanos distorce o trabalho da Meta usando citações seletivas e documentos escolhidos a dedo.
A ação movida pelos estados argumenta que a Meta estava ciente das fraquezas das proteções da plataforma contra o uso por crianças com menos de 13 anos, violando leis tanto dos EUA quanto da própria empresa.
Os algoritmos da Meta indicam que até quatro milhões de usuários menores de idade estão presentes apenas nos Estados Unidos. Em vez de combater o uso por adolescentes, a empresa teria, segundo os documentos, celebrado a penetração do Instagram entre a faixa etária de 11 e 12 anos.
A empresa afirma trabalhar ativamente para remover usuários menores de idade do Instagram, mas reconhece a complexidade da verificação de idade online. Portanto, a Meta expressa apoio à legislação que permitiria aos pais controlar os aplicativos que usuários menores de 16 anos podem baixar.
Interesse da empresa acima da saúde de jovens
Os documentos obtidos pelo Wall Street Journal também sustentam alegações de que Mark Zuckerberg, presidente da Meta, instruiu seus funcionários a priorizar o aumento do uso das plataformas acima do bem-estar dos usuários.
Estudos internos indicam que o uso problemático das redes sociais afeta os adolescentes, mas a Meta utilizava notificações para impulsionar o uso das plataformas, ciente da “maior tolerância” dos adolescentes a esse tipo de estímulo em comparação aos usuários adultos.
Apesar dos alertas internos sobre os problemas associados a esses produtos, Zuckerberg, segundo a publicação, ignorava as preocupações, evidenciando a complexa interação entre os interesses da empresa e os potenciais impactos na saúde mental dos usuários.
Como o seu cérebro funciona: assista ao vídeo abaixo e entenda como as redes sociais podem te viciar.
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