Ciência já tem planeta que pode abrigar vida fora da Terra

Recentemente, astrônomos revelaram que os impactos de asteroides na superfície do planeta anão Ceres desempenharam um papel fundamental na criação de moléculas orgânicas preciosas.

Estudos prévios já haviam detectado essas moléculas próximas a uma cratera de impacto de 51,4 quilômetros de largura em Ceres, mas sua origem permanecia enigmática.

Entretanto, uma série de experimentos simulando as condições de impacto esperadas em Ceres permitiu aos pesquisadores mapear em maior detalhe áreas ricas em compostos orgânicos. A seguir, continue lendo e saiba tudo sobre planeta que, em tese, poderia abrigar vida fora da Terra.

Planeta anão Ceres: asteroides moldaram a presença de moléculas orgânicas
Planeta anão Ceres: asteroides moldaram a presença de moléculas orgânicas; Foto: Envato

Ceres apresenta atmosfera característica, dizem pesquisadores

De acordo com informações do Space.com, essas moléculas foram encontradas predominantemente nas proximidades de áreas com impactos de asteroides mais antigos, indicando que estes impactos influenciaram a presença e a quantidade destas moléculas ao longo de bilhões de anos.

“Estamos descobrindo que os produtos orgânicos podem estar mais difundidos do que inicialmente relatado e que parecem ser resistentes a impactos com condições semelhantes às de Ceres”, afirmou Juan Rizos, astrofísica do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (Espanha) e co-autora do novo estudo.

Embora a origem dos compostos orgânicos permaneça pouco compreendida, existem fortes indícios de que tenham se formado em Ceres, provavelmente, na presença de água. A hipótese de um grande depósito interno de matéria orgânica dentro de Ceres ganha força. Portanto, esse achado amplia o potencial astrobiológico do planeta anão.

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Sonda Lucy: desvendando os asteroides troianos

Enquanto isso, a sonda Lucy da NASA se prepara para explorar dez asteroides troianos que podem dar pistas sobre a formação do Sistema Solar e, possivelmente, do próprio planeta Terra.

A comparação dos dados obtidos pela missão Lucy com os da sonda Dawn vai ajudar a compreender melhor a distribuição dessas moléculas orgânicas pelo Sistema Solar exterior.

As descobertas, apresentadas na conferência GSA Connects 2023 da Sociedade Geológica da América, reforçam a importância da investigação das substâncias orgânicas em corpos celestes para nossa compreensão da vida além da Terra.

Juan Rizos, co-autora do estudo e astrofísica do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (Espanha), observa que provavelmente haverá diferenças, já que os asteroides troianos têm histórias de impacto distintas de Ceres, além de serem de dois tipos diferentes.

Comparar os dados da missão Lucy com os da sonda Dawn contribuirá para uma melhor compreensão da distribuição dessas moléculas orgânicas pelo Sistema Solar exterior.

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Ceres, o pequeno planeta que surpreende com sua atividade

A missão Dawn da NASA forneceu novas informações sobre Ceres, o planeta anão situado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. O geocientista Scott King, do Virginia Tech College of Science, descreveu a visão anterior de Ceres como nebulosa e difícil de decifrar.

Em varreduras telescópicas anteriores, Ceres parecia desprovido de características distintas em sua superfície.

No entanto, em 2015, os cientistas conseguiram não apenas observar sua composição e estruturas, mas também identificar uma atividade geológica inesperada.

Isso desafiou as antigas concepções de Ceres como um corpo celeste inativo devido ao seu tamanho reduzido.