O conflito entre Israel e o Hamas desencadeou um aumento significativo de postagens que difundem os ideais do Hamas nas redes sociais, apesar do fato de o grupo ser considerado um movimento extremista islâmico e terrorista por diversos países.
Como resultado, algumas das principais plataformas de mídias sociais, como o antigo Twitter (agora chamado de X), Facebook, Instagram, Telegram e TikTok, baniram contas associadas ao Hamas e conteúdo favorável a ele.
No entanto, postagens propagando os ideais do Hamas continuam alcançando um público cada vez maior desde o início do conflito mais recente com Israel. Continue lendo para entender toda a questão.
Seguidores do Hamas aumentaram nas redes sociais, diz relatório
Um relatório do The New York Times revelou que várias contas que apoiam o Hamas ganharam centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, desde o ataque do grupo terrorista ao sul de Israel, em 7 de outubro, que resultando em um grande número de vítimas.
Por exemplo, uma conta no Telegram viu seu número de seguidores aumentar de cerca de 340 mil para mais de 1,3 milhão, em apenas uma semana.
Estas contas muitas vezes compartilham imagens e conteúdo relacionado ao Hamas, incluindo cenas de ataques a soldados israelenses.
A maioria das principais plataformas de redes sociais baniu contas ligadas ao Hamas ou postagens que expressam apoio ao grupo, alegando que violam suas políticas de conteúdo contra o extremismo. No entanto, o Telegram surgiu como a principal plataforma para a disseminação de conteúdo desse tipo.
Além disso, as Brigadas Al-Qassam, a ala militar do Hamas, também viram um aumento no número de seguidores em suas contas nas redes sociais, desde o início do conflito.
Plataformas derrubam conteúdo, mas mantêm contas
Embora a plataforma tenha removido milhões de conteúdos prejudiciais, ela não baniu completamente o Hamas, argumentando que estas contas ainda têm um papel como fonte direta de informações para pesquisadores, jornalistas e verificadores de fatos.
O antigo Twitter, X, também foi inundado por publicações de conteúdo extremista. O Instituto para o Diálogo Estratégico descobriu que, em um período de 24 horas, uma série de postagens que apoiavam atividades terroristas recebeu mais de 16 milhões de visualizações.
A União Europeia está examinando se a empresa de Elon Musk, que é proprietária do Twitter, violou a legislação ao não barrar esse tipo de conteúdo.
Conflito amplificou impacto das redes sociais na sociedade
O conflito entre Hamas e Israel ressaltou os desafios enfrentados pelas empresas de tecnologia na moderação de conteúdo falso ou extremista.
As redes sociais têm sido criticadas no passado por não agirem de forma eficaz contra a propagação desse tipo de conteúdo ou por serem excessivamente rigorosas, até mesmo, impedindo a circulação de informações verdadeiras.
As contas relacionadas ao Hamas tentam explorar essa dificuldade para disseminar os ideais do grupo extremista. Além disso, as redes sociais enfrentam o desafio de distinguir entre conteúdo que apoia abertamente o terrorismo e aqueles que defendem os direitos do povo palestino.
Outro aspecto observado é a retirada de conteúdo pró-Palestina das redes sociais. Muitas postagens que não apoiam o Hamas, mas defendem a criação de um Estado Palestino, foram removidas.
Também houve acusações de que o Facebook bloqueou contas que convocavam protestos pacíficos em apoio aos palestinos nos Estados Unidos.
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O que diz a Meta sobre o assunto
A Meta, empresa-mãe do Facebook e do Instagram, admitiu que pode ter removido inadvertidamente conteúdos não relacionados ao terrorismo ao responder ao aumento nas denúncias de violações das políticas da empresa.
Encontrar um equilíbrio na moderação de conteúdo é fundamental, especialmente em momentos de conflito.
Especialistas argumentam que as postagens favoráveis à causa palestina, que não violam nenhuma legislação, servem como meio de denunciar bombardeios realizados por Israel contra civis na Faixa de Gaza.
Foi a partir de vídeos e relatos da situação dos palestinos na região que a comunidade internacional, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU), condenou a magnitude da reação militar israelense, que resultou em um grande número de mortos.
Organizações como Médicos Sem Fronteiras também denunciaram pedidos de evacuação de hospitais lotados em Gaza enquanto os bombardeios continuavam.
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