O número de brasileiros com dívidas já mostra que milhões de brasileiros estão com dificuldade de pagar suas contas.
Muitos brasileiros não tem lastro financeiro para começar a pagar, mas quando a situação melhora, pode surgir a dúvida: é melhor pagar ou esperar a dívida bancária prescrever?
Muitas pessoas em situação de inadimplência com instituições financeiras se questionam se aguardar a prescrição da dívida pode ser mais vantajoso do que quitar o débito. A seguir, vamos analisar as implicações dessa decisão. Continue lendo e entenda qual a melhor estratégia nestes casos.
Inadimplência no Brasil: números mostram queda
Números recentes da Serasa, coletados em uma pesquisa de julho deste ano, o Brasil registra cerca de 71,41 milhões de pessoas com pendências financeiras. Comparando com números do mês anterior, houve uma redução 34 mil inadimplentes, mas a quantidade de devedores ainda é alarmante.
Esta crescente inadimplência preocupa também o governo federal, uma vez que ela impacta negativamente a eficiência econômica. O chamado nome sujo impacta significativamente na saúde financeira, já que impõe restrições no acesso a diversos serviços financeiros, inclusive a abertura de contas bancárias.
Diante deste cenário, muitos se perguntam qual é a escolha mais acertada para quem está negativado: quitar a pendência ou esperar sua prescrição. A seguir, vamos analisar esta questão e chegar a uma conclusão.
Dívida bancária: pagar ou deixar prescrever?
Dívidas em instituições financeiras, como cartões de crédito ou empréstimos não pagos, podem prescrever após cinco anos. O prazo máximo para manter o CPF e o nome do devedor negativados também é de cinco anos, conforme estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor e pelo Código Civil. No entanto, isto não significa que as pendências deixam de existir após este período, já que os problemas financeiros persistem.
O nome pode ficar limpo, a menos que surjam novas contas não pagas. No entanto, a dívida em questão não desaparece, os juros continuam acumulando, e o banco pode continuar a cobrar o valor devido.
Assim, mesmo com o nome limpo, o consumidor pode sofrer repercussões a longo prazo, dificultando ou até impossibilitando futuras tentativas de obter crédito.
Além disso, os cinco anos envolvem restrições e riscos que podem resultar na perda de ativos como veículos e imóveis.
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Nome limpo, mas a dívida ainda existe
Na prática, o nome do devedor fica limpo, e a empresa credora não pode mais recorrer à Justiça para cobrar o pagamento. Esta é a principal consequência que desaparece após a prescrição.
No entanto, ao solicitar novos serviços financeiros, especialmente crédito, as empresas ainda têm acesso às informações das contas não pagas. Ou seja, o consumidor continuará a enfrentar obstáculos para futuras contratações deste tipo.
Por todas estas considerações, o ideal é resolver todas as pendências financeiras, mesmo que leve um certo tempo para resolver a inadimplência por completo.
Somente resolvendo todas as dívidas existentes, é possível ter de volta a tranquilidade de que não haverá restrições para obtenção de crédito ou, até mesmo, o fim do medo de perder um bem, em função da dívida.
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