Diariamente, diferentes tipos de câncer tiram a vida de inúmeras pessoas. Entre as mulheres, a maior preocupação está no risco elevado de desenvolver câncer do colo do útero, doença considerada evitável e tratável, que acomete um grupo específico de mulheres com maior frequência.
Identificar quem está mais suscetível a esta doença desempenha um papel essencial na prevenção e diagnóstico precoce. A seguir, continue lendo para entender quais mulheres estão mais suscetíveis a este tipo de câncer e como prevenir.
Câncer: quem são as mulheres que correm mais risco?
Como é de conhecimento geral, o mês de outubro é dedicado à conscientização sobre o câncer do colo do útero e à promoção da prevenção entre as mulheres. Recentemente, a revista científica Ethnic Health Disparities publicou um estudo enfatizando que as mulheres negras enfrentam o maior risco para este tipo de tumor. O estudo ainda destaca que as mulheres indígenas representam a maioria das mortes relacionadas à doença.
De acordo com esta pesquisa, as mulheres negras apresentam um risco 44% maior de desenvolver o câncer do colo do útero. Quando se trata da probabilidade de desenvolver uma forma fatal da doença, as estatísticas mostram um aumento de 27% entre as mulheres negras e 82% entre as indígenas.
Barreiras sociais e educacionais como fatores críticos
Andreia Melo, médica oncologista do Grupo Oncoclínicas e diretora de pesquisa do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), esclarece que questões sociais e educacionais têm levado estas populações a buscar menos atendimento médico, antes que a doença se desenvolva. Como resultado, estas mulheres, muitas vezes, descobrem a doença em estágios avançados, tornando seu tratamento praticamente inviável.
A médica ressalta a importância do exame Papanicolau, que permite a identificação de lesões pré-invasoras de baixo e alto grau antes de se tornarem câncer. Fazendo este exame regularmente, as pacientes têm a oportunidade de iniciar o tratamento precocemente, aumentando significativamente suas chances de evitar a doença.
No entanto, a especialista também aponta uma preocupação: “Mulheres negras têm menos oportunidades educacionais, ao longo da vida. Muitas desconhecem a importância do exame preventivo e só procuram ajuda médica quando apresentam sintomas. A maioria dos casos é diagnosticada quando a doença já está localmente avançada, exigindo tratamentos complexos, como quimioterapia, radioterapia e braquiterapia, com acesso não tão simples.”
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Vacinação como principal medida preventiva
Importante destacar que a vacinação contra o HPV é a principal estratégia de prevenção contra o câncer do colo do útero. Esta vacina está disponível para todos os adolescentes, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No entanto, apesar da eficácia comprovada da imunização na prevenção de uma doença potencialmente letal, muitas vezes, a falta de informação pode provocar resistência. Por este motivo, o acesso à informação de qualidade é tão importante para prevenir e tratar diferentes tipos de doenças. A vacina salva vidas.
*Com informações do Brasil123
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