Em reportagem recente transmitida por uma emissora de tv brasileira, a questão que levanta os perigos por trás do aplicativo Discord veio à tona, ao relatar depoimentos de vítimas de criminosos cibernéticos que, protegidos por trás da tela de um computador ou smartphone, se aproveitam para compartilhar conteúdos de variados tipos de violência, assim como práticas relacionadas à assédio sexual. Entenda mais detalhes, a seguir, e saiba como os pais podem proteger seus filhos dos conteúdos da rede.
Os perigos por trás do Discord
Recentemente, o programa Fantástico, transmitido pela TV Globo, veiculou uma investigação aprofundada sobre os riscos associados ao aplicativo Discord, que se tornou amplamente popular entre crianças e adolescentes.
Essa plataforma tem gerado preocupações significativas em relação ao conteúdo prejudicial exposto aos seus usuários, incluindo importunação sexual, vídeos promovendo a automutilação, estupro virtual, abuso contra animais e até mesmo pedofilia. Continue a leitura para saber mais detalhes sobre a reportagem.
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O quintal do crime cibernético
A reportagem revelou que, influenciadas por criminosos, a maioria das vítimas, em sua maioria meninas, compartilham fotos pessoais, frequentemente de natureza íntima, conhecidas como nudes. Em seguida, os criminosos passam a exigir que as vítimas cumpram desafios por eles criados, ameaçando vazar as imagens caso não obedeçam.
A promotora Maria Fernanda Balsalobra destacou: “É fundamental entender que esses desafios não são praticados por adolescentes, mas sim por criminosos, a grande maioria deles maiores de idade, que se aproveitam da vulnerabilidade dessa plataforma em relação a crianças e adolescentes para cometer crimes extremamente graves.”
Entenda o Discord
Lançado em 2015, o Discord é uma plataforma gratuita utilizada para interações virtuais. Os usuários podem criar chats ao vivo com várias pessoas, inclusive usando webcams para transmitir imagens.
Além disso, a plataforma permite o compartilhamento de diversos tipos de conteúdo, inclusive de natureza sexual, expondo os jovens a uma ampla variedade de material, sem restrições.
A hora dos pais agirem
Especialistas consultados pelo Fantástico enfatizaram a importância de os pais monitorarem as atividades de seus filhos quando estão usando computadores ou celulares, especialmente quando estão sozinhos, dentro de seus quartos ou banheiros, com a porta fechada.
O delegado Fábio Pinheiro Lopes incentivou os pais a dialogarem preventivamente com seus filhos e a ficarem atentos a possíveis lesões ou ao tempo excessivo passado em isolamento.
Hugo Monteiro Ferreira, especialista em estudos infantis, alertou que no Discord as crianças podem até aprender formas de automutilação e suicídio. Ele observou: “Quando entramos no mundo da internet, somos expostos a pessoas que tentam nos manipular e a elementos de violência. As crianças podem aprender a se suicidar ou a praticar autolesões.”
A versão dos representantes do Discord
O porta-voz do Discord, em declarações ao Fantástico, afirmou que a plataforma “não tolera comportamento odioso”.
Ele ressaltou que o Discord é um produto gratuito utilizado por mais de 150 milhões de usuários em todo o mundo e que, eventualmente, conteúdo prejudicial e comportamento inadequado podem ocorrer. No entanto, destacou que a empresa trabalha ativamente na remoção desse tipo de conteúdo.
O porta-voz também enfatizou que a grande maioria das interações de brasileiros no Discord é positiva e saudável. A empresa se mostra proativa na investigação de grupos envolvidos em ameaças às crianças e busca remover indivíduos prejudiciais da plataforma.
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*Com informações da TV Globo.