Trocas alimentares – Quem nunca fez ou pensou em fazer algumas substituições alimentares na busca incansável pela perda de peso? Da batata-doce à tapioca, as opções parecem infinitas, mas nem sempre essas mudanças garantem os resultados esperados. E se eu dissesse que algumas dessas escolhas alimentares podem, na realidade, não fazer diferença alguma no seu objetivo de emagrecimento? Especialistas desvendam os mitos e as verdades dessa jornada alimentar, em uma análise recente realizada pelo portal VivaBem.
Trocas inúteis?
Primeiramente, é importante entender que muitos nutricionistas já não usam mais a palavra “dieta” devido às restrições que ela implica. O termo adotado por muitos desses profissionais agora é “reeducação alimentar”, o que pressupõe uma abordagem mais flexível que ensina a fazer boas escolhas alimentares, permitindo que você coma o que gosta de forma equilibrada. A ideia não é só cortar calorias, mas aprender a se alimentar melhor.
Veja também: O que os sonhos representam? Aprenda como interpretá-los
Uma das trocas mais comuns realizadas por quem quer perder peso é a substituição do arroz branco pelo integral. Apesar de ser uma opção mais saudável em termos de fibras e vitaminas, a diferença calórica entre os dois tipos é mínima. Além disso, a nutricionista Melina Conejo esclarece que o arroz é geralmente consumido em conjunto com outros alimentos, como carne e legumes, o que dificulta a rápida absorção desse carboidrato pelo organismo. Portanto, se você acha que só essa mudança vai trazer grandes resultados, pode estar enganado.
Outro exemplo que pode surpreender é a troca do pão francês pela tapioca. Embora a tapioca seja uma alternativa interessante para variar o cardápio, não necessariamente é uma opção melhor em termos calóricos. A nutricionista Bel Fagundes pontua que, em questão de impacto glicêmico, o pão francês leva vantagem sobre a tapioca. A profissional Caroline Mota ainda acrescenta que a tapioca é composta majoritariamente por carboidratos e tem um alto índice glicêmico, podendo ser até mais calórica do que o pão.
Quanto ao famoso chocolate diet, a opção pode não ser tão benéfica assim para quem está de dieta. Os chocolates dietéticos não contêm açúcar e são recomendados para diabéticos. No entanto, a ausência de açúcar é compensada pela adição de mais gordura, que pode ser até maior do que em chocolates comuns. A recomendação é sempre optar pelo chocolate que contém a maior quantidade de cacau, independentemente de ser diet ou não.
No campo das gorduras, a troca do azeite pelo óleo de coco também é tema de debates. Ambos fornecem quase a mesma quantidade de calorias, mas enquanto o azeite é rico em gorduras insaturadas, consideradas mais saudáveis, o óleo de coco contém mais gorduras saturadas, que estão ligadas ao aumento do colesterol ruim. Ambos têm seus benefícios, mas devem ser consumidos com moderação.
Outras substituições
O açúcar branco substituído pelo mascavo é outro caso que merece atenção. Apesar do mascavo ter mais nutrientes, ambos contribuem com calorias vazias. A sugestão é reduzir o consumo total de açúcares e optar por adoçantes naturais como a stevia, conforme indica a nutricionista Conejo.
A batata-doce, por sua vez, não é necessariamente uma opção mais saudável em comparação com a batata inglesa. Ambas podem fazer parte de um plano alimentar equilibrado. Por fim, mesmo os biscoitos etiquetados como “fit” não são garantia de menor caloria. O que conta, na verdade, é o déficit calórico.
Diante desses esclarecimentos, fica a recomendação de sempre consultar profissionais de saúde para individualizar suas escolhas alimentares, pois o que importa, em última análise, é a qualidade da alimentação e o balanço calórico. A reeducação alimentar se trata de um conjunto de escolhas bem ponderadas e, ao contrário do que muitos pensam, não se resume apenas a trocas simplistas.
Veja também: Linda e roxa, mas esta flor pode matar em menos de 20 minutos