Que a inteligência artificial (IA) já faz parte da nossa rotina, isso não é mais novidade. No entanto, a tecnologia por trás desse grande milagre na área da saúde, conhecida como interface cérebro-computador, foi desenvolvida ao longo de mais de uma década, tendo seus recentes resultados publicados na revista científica Nature. Continue a leitura para saber mais detalhes sobre este emocionante avanço da ciência em parceria com a tecnologia revolucionária, logo abaixo.
Tecnologia que faz milagres
A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais fundamental na área da saúde, e um exemplo notável disso é a história de Ann Johnson, uma canadense que teve sua vida transformada graças à Inteligência Artificial (IA) após perder a capacidade de fala devido a um acidente vascular cerebral (AVC) há cinco anos.
Continue a leitura para entender mais detalhes sobre a emocionante história da mulher e como o uso da nova tecnologia do momento está transformando sua vida, logo abaixo.
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O início de um sonho
Ann enfrentou uma mudança drástica em sua vida, pois ficou gravemente paralisada após o AVC, perdendo o controle sobre os músculos do corpo e a capacidade de falar. No entanto, sua história tomou um rumo positivo quando ela se voluntariou para participar de um projeto de pesquisa realizado por cientistas da Universidade de San Francisco (UCSF) e Berkeley.
Rotina de treinos de Ann
Os treinamentos de Ann envolveram a repetição de várias frases de um vocabulário de conversação. Mais de 1000 palavras foram testadas para permitir que o computador reconhecesse os padrões de atividade cerebral relacionados aos sons da fala.
O marido de Ann, Bill, compartilhou seu entusiasmo, observando como ela progrediu rapidamente, dizendo: “Foi emocionante vê-la dizer ‘Vamos apenas tentar fazer isso’ e ver como tudo aconteceu muito mais rápido do que ela pensava.”
Ao contrário de ensinar a IA a reconhecer palavras inteiras, os pesquisadores adotaram uma abordagem inovadora, desenvolvendo um sistema que descompõe as palavras em componentes menores conhecidos como fonemas. Com essa estratégia, o computador precisou aprender apenas 39 fonemas para decifrar qualquer palavra em inglês, o que aumentou significativamente a precisão e a velocidade do sistema. Sean Metzger, estudante de pós-graduação envolvido no desenvolvimento do decodificador de texto, explicou: “A precisão, a velocidade e o vocabulário são cruciais. Isso dá a Ann o potencial de se comunicar quase tão rapidamente quanto nós e de ter conversas mais naturais.”
Um rosto e uma voz
Uma etapa importante foi dar um rosto e uma voz à IA treinada. A equipe de pesquisa desenvolveu um algoritmo para sintetizar a fala de Ann, recriando sua voz anterior à lesão. Eles usaram uma gravação em que Ann falava sobre seu casamento para esse fim. Ann compartilhou suas emoções, dizendo: “Meu cérebro fica estranho quando ouço minha voz sintetizada; é como ouvir um velho amigo.”
O avatar de Ann foi animado com a ajuda de software que simulava os movimentos musculares do rosto. Esse processo integrava os sinais emitidos pelo cérebro de Ann ao tentar falar e os convertia em movimentos para o rosto do avatar. A IA era tão avançada que conseguia reproduzir com precisão os movimentos da mandíbula, lábios, língua e expressões faciais, como felicidade, tristeza e surpresa.
David Moses, um professor de cirurgia neurológica, expressou a importância desse avanço ao afirmar: “Dar a pessoas como Ann a capacidade de controlar livremente seus próprios computadores e telefones com essa tecnologia teria efeitos profundos em sua independência e interações sociais.”
A tecnologia por trás
A história de Ann representa um avanço fundamental na busca por melhorar a qualidade de vida de pessoas em situações semelhantes. A tecnologia por trás desse feito é conhecida como interface cérebro-computador e foi desenvolvida ao longo de mais de uma década. Os resultados desse trabalho pioneiro foram publicados recentemente na revista científica Nature.
Ann recebeu um implante com 253 eletrodos posicionados na área do cérebro responsável pelo controle da fala. Esses eletrodos interceptam os sinais cerebrais que, se não fossem pelo AVC, teriam chegado aos músculos dos lábios, língua, mandíbula e laringe de Ann. Além disso, um cabo conectado a uma porta fixada em sua cabeça permite que os eletrodos se comuniquem com um banco de dados.
Um fio de esperança para o futuro
Agora, Ann tem grandes esperanças de se tornar uma inspiração para outros que enfrentam desafios semelhantes. Ela deseja que os pacientes vejam sua história como uma prova de que suas vidas não estão acabadas e que as deficiências não precisam ser um obstáculo insuperável.
Ann também expressou sua empolgação com o próximo passo da pesquisa, que visa criar uma versão sem fio do sistema, eliminando a necessidade de que os usuários fiquem conectados à máquina o tempo todo.
Novos propósitos pela frente
Participar desse estudo deu a Ann um novo senso de propósito. Ela escreveu: “Fazer parte do estudo me deu um novo sentido, sinto que estou contribuindo para a sociedade. Parece que tenho um emprego novamente. É incrível ter vivido tanto tempo; este estudo me permitiu realmente viver enquanto estou viva.”
Assista, logo abaixo, o vídeo que mostra o momento em que Ann volta a falar com o uso da inteligência artificial:
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*Com informações da University of California San Francisco