COMEÇOU! Semana com 4 dias de trabalho entra em operação no Brasil

A primeira leva de empresas inscritas no programa-piloto que busca implantar a semana de quatro dias de trabalho no Brasil foi apresentada nesta quarta-feira, 30 de agosto de 2023.

A iniciativa, que começou em 2019 no país da Nova Zelândia, ganhou força na pandemia de Covid-19 e se espalhou por outros países do continente Europeu, África e América do Norte, estão sob a gestão do movimento “4-Day Week”, comunidade sem fins lucrativos que conta com o apoio da Reconnect Hapiness at Work para a realização do experimento no Brasil.

Acompanhe e saiba como será a implantação da jornada de trabalho de 4 dias trabalhados. | Foto: divulgação
Acompanhe e saiba como será a implantação da jornada de trabalho de 4 dias trabalhados. | Foto: divulgação

As empresas já inscritas no programa são de diferentes ramos. Veja:

  • Editora MOL
  • Smart Duo
  • T4S – Thanks for Sharing Comunicação
  • GR Assessoria Contabil
  • Brasil dos Parafusos
  • Abaeterno
  • Plonge
  • Haze Shift Consultoria
  • Oxygen Experiências, Capacitação e Conteúdo em Inovação
  • Alimentare Nutrição e Serviços
  • PiU Comunica
  • Innuvem
  • Inspira
  • Clementino e Teixeira Advocacia
  • Hospital Indianópolis

Segundo o movimento “4-Day Week” já são quase 500 companhias pelo mundo testando a modalidade de jornada em que o profissional continua recebendo 100% do salário, mas trabalha 80% do tempo e, em troca, se compromete a manter 100% de produtividade. É por isso que o modelo ficou conhecido como 100-80-100.

O desafio não se restringirá apenas às leis trabalhistas locais, acentua Gabriela Brasil, diretora do “4-Day Week Global”. “A cultura do presenteísmo é muito grande por aqui, não só por parte das empresas como também dos funcionários”, salienta.

Para funcionar, a iniciativa precisará de comunicação ampla e adesão total das lideranças, reforça a diretora. “Tudo isso vai garantir maior confiança por parte dos trabalhadores, que sentirão seguros dentro do novo modelo”.

Como será?

Cada empresa participante decidirá como vai implantar o programa e quantos departamentos entrarão na fase do projeto-piloto. Com a ajuda da “4-Day Week Global”, as companhias iniciarão, em 5 de setembro de 2023, as primeiras reuniões. Na ocasião, serão apresentados os conceitos e os passos essenciais para entrada ao projeto.

A adaptação levará em torno de três meses, para que sejam redesenhados os processos de trabalho, segundo a fundadora da Reconnect. “Tudo tem de ser feito com muito cuidado porque não queremos só propor redução de carga de trabalho, mas sim um novo modelo de negócios, que inclui resultados”, diz ela.

O período de preparação se dá à partir das primeiras reuniões do mês de setembro. O início efetivo dos trabalhos ficou para o mês de dezembro, com duração de até seis meses, totalizando nove meses de duração.

O programa contará com o auxílio de renomadas instituições de ensino, como FGV (Fundação Getulio Vargas), do Brasil; Cambridge e Oxford, do Reino Unido; e o Boston College, dos Estados Unidos. Elas serão as responsáveis no auxílio aos trabalhos de reorganização das empresas e na confecção de pesquisas sobre o projeto.

Vantagens

Números colhidos entre as empresas participantes em todo o mundo apontam:

  • 36% registraram alta nos resultados comparados ao ano anterior
  • 42% tiveram uma diminuição nas demissões
  • 68% apontaram redução do esgotamento de funcionários
  • 54% reconheceram aumento na produtividade
  • 63% descreveram maior facilidade para atrair talentos

Os dados confirmam, que mais saúde e motivação se revertem em maior produtividade e maior lucro para as empresas, além do diferencial na retenção de talentos. “Está comprovado que, quando a organização deixa de lado a sobrecarga de trabalho e resgata a humanidade, ela fica mais produtiva”, diz.

Essa é justamente a aposta do Hospital Indianópolis, uma das empresas que escolheram testar a modalidade. Segundo o diretor-geral, o setor de saúde foi um dos mais afetados por burnout durante a pandemia.

“Vai demandar bastante estudo para implantar uma jornada menor em um hospital. Por isso, vamos começar pelo departamento administrativo. Mas é necessário”, explicou, acrescentando que os problemas causados por um profissional de saúde exausto podem representar riscos para a vida dos pacientes.

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