Um estudo da Universidade de Cambridge revelou sinais promissores para que pacientes com potencial risco de sofrerem por demência no futuro tenham sintomas identificados consideravelmente mais cedo do que o diagnóstico definitivo da doença degenerativa. Segundo análises feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que, a nível global, cerca de 50 milhões de pessoas já manifestaram algum grau de demência. Saiba mais detalhes sobre o estudo, logo abaixo.
Demência pode ser detectada com antecedência
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 50 milhões de indivíduos globalmente enfrentam algum grau de demência, trazendo à tona uma crescente busca por compreensão e intervenção.
Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, realizaram um estudo revelador que sugere a possibilidade de detectar sinais de demência até nove anos antes de um diagnóstico oficial. Publicado no periódico científico “Alzheimer & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association”, o estudo destaca pistas importantes para a detecção precoce e intervenção.
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Estudo realizados anos antes de diagnóstico
Os pesquisadores adotaram uma abordagem de ampla escala, coletando dados de testes abrangentes, incluindo resolução de problemas, memória, tempo de reação e indicadores de saúde física, como variações no peso e ocorrência de quedas. Essas medições foram realizadas cinco a nove anos antes dos diagnósticos de demência.
Sinais apontados pelo estudo
Os resultados centrais destacam que as pessoas que posteriormente desenvolveram doença de Alzheimer apresentaram desempenho inferior em tarefas de resolução de problemas, tempo de reação, lembrança de listas numéricas e memória quando comparados aos seus pares saudáveis. Além disso, essas pessoas tinham uma probabilidade maior de ter sofrido quedas nos doze meses anteriores.
É importante frisar que a menor pontuação em tais áreas não deve ser motivo de preocupação imediata, pois a variação é natural mesmo entre indivíduos saudáveis. O autor do estudo, Dr. Timothy Rittman, do Departamento de Neurociências Clínicas de Cambridge, aconselha qualquer pessoa a consultar um médico se notar declínio significativo na memória ou cognição.
Intervenção precoce poderia frear doença
Esta descoberta representa um avanço significativo na luta contra a demência, permitindo que especialistas identifiquem pessoas em maior risco, como aquelas com mais de 50 anos, hipertensão ou estilo de vida sedentário. A capacidade de intervir nessa fase inicial pode potencialmente reduzir o risco de demência e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Desafios no tratamento da demência
Apesar dos avanços científicos, os tratamentos eficazes para a demência permanecem limitados. Isso ocorre em parte devido ao diagnóstico tardio, muitas vezes quando os sintomas já estão presentes, embora a doença possa ter se desenvolvido anos antes. Esse atraso no diagnóstico dificulta a capacidade de modificar o curso da doença por meio de intervenções clínicas.
O estudo da Universidade de Cambridge lança luz sobre a importância de identificar sinais precoces de demência e oferece esperança para a detecção antecipada e intervenção mais eficaz. Compreender as distintas e complexas características da doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas permite que medidas preventivas sejam tomadas, potencialmente alterando o cenário da demência para melhor.
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