Uma suposta descoberta feita por cientistas alemãs estaria dando uma luz de esperança àqueles que sofrem com os temidos cabelos brancos. Tanto homens quanto mulheres receberam a notícia empolgante através das redes sociais e seguem ansiosos por novas atualizações sobre o estudo, contudo, antes de você remover aquele produto do carrinho de compras, é prudente conhecer os obstáculos que ainda cercam essa promissora descoberta. Confira mais detalhes, logo abaixo.
Fim dos cabelos brancos?
Recentemente, a comunidade da grande rede, que inclui tanto homens quanto mulheres que enfrentam os cabelos grisalhos com determinação, recebeu uma notícia empolgante. Supostamente, cientistas estariam à beira de um avanço que poderia revolucionar um dos incômodos mais marcantes do envelhecimento: o embranquecimento dos fios.
Entretanto, antes de você remover aquele produto do carrinho de compras, é prudente conhecer os obstáculos que ainda cercam essa promissora descoberta. Saiba mais detalhes, a seguir.
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Reversão por medicamentos
Há relatos pontuais sobre a reversão de cabelos brancos com o uso de medicamentos, incluindo quimioterápicos utilizados na imunoterapia para melanoma, um tipo de câncer de pele. Contudo, a relação risco-benefício dessas terapias não justifica sua aplicação em larga escala para reverter os cabelos brancos, uma vez que o efeito de repigmentação ocorre somente em uma minoria dos pacientes.
Este fenômeno, entretanto, sugere a possibilidade de futuras abordagens medicamentosas, conforme explica Gabriel Cortez, um renomado dermatologista especializado em tricologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, em entrevista ao Uol.
É essencial frisar, conforme a opinião unânime de dermatologistas especializados em cabelos e couro cabeludo, que até o momento não há produtos eficazes comprovados para reverter os cabelos brancos e estimular a repigmentação. Isso é respaldado por um estudo da Universidade da Califórnia em Irvine, que conclui que não há tratamento médico disponível para a repigmentação capilar.
Estudo animador, mas com riscos
A novidade que gerou alvoroço na internet envolve a indução do corpo a produzir uma substância que poderia evitar que os fios se tornem brancos. A proposta passa por preservar a saúde dos melanócitos, células especializadas na produção do pigmento melanina, que define a coloração dos cabelos, pele e olhos.
Isso evitaria o acúmulo de peróxido de hidrogênio, um subproduto da produção de melanina que é prejudicial às células e cujo impacto é neutralizado por antioxidantes, cuja produção diminui com o passar dos anos.
A solução adicional seria quebrar o peróxido de hidrogênio por meio do aminoácido metionina. Contudo, é importante destacar que o estudo que originou essa ideia foi publicado em 2009 por pesquisadores alemães e britânicos, indicando a presença de dano oxidativo induzido pelo peróxido de hidrogênio no envelhecimento capilar, mas sua aplicabilidade ainda carece de comprovação conclusiva.
Desafios e limitações
O estudo mencionado foi realizado em ambiente laboratorial e não progrediu além das fases iniciais. Além disso, consultando especialistas, fica claro que a proposta de suplementar o aminoácido metionina é questionável. A metionina já é abundante em muitos alimentos ocidentais, como ovos, castanhas, leite e carne, suprindo nossas necessidades. Portanto, suplementar um aminoácido já presente em quantidade adequada na dieta não parece ser uma solução viável para reverter os cabelos brancos.
Prevenção já é possível
A possibilidade de prevenir o embranquecimento capilar também atrai a atenção. Um estudo recente da NYU Grossman School of Medicine revelou que os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, se movem em compartimentos microscópicos do folículo piloso. A localização dos melanócitos em momentos específicos determina o acesso à proteína responsável pela pigmentação, e o processo de envelhecimento dificulta essa movimentação.
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Com informações do Uol.