Drex, o real digital – A fase inicial de testes do Drex, a futura moeda virtual que promete espelhar o real, foi postergada. Obstáculos envolvendo a implementação e a adaptação às diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) influenciaram essa decisão. Quais são as implicações dessa alteração e como o Banco Central do Brasil está lidando com esses desafios?
Drex será postergado?
Em declarações recentes, Fabio Araujo, coordenador da iniciativa do Drex pelo Banco Central (BC), salientou que a entrada de participantes na rede tem sido mais morosa do que o esperado, e essa demora contribuiu para o atraso. Originalmente, a previsão era concluir a fase de testes da moeda digital em fevereiro de 2024, no entanto, com as modificações no cronograma, a nova data estimada é maio do mesmo ano.
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Durante uma transmissão ao vivo pelo canal oficial do Banco Central no Youtube, Araujo detalhou os entraves: a busca incessante por preservar a privacidade dos usuários e a conformidade com a LGPD têm se mostrado desafiadoras. Este aspecto, em particular, evidencia o compromisso do Banco Central em garantir uma solução tecnológica que não apenas inove, mas também proteja o cidadão.
O plano original previa que, no último mês da fase de testes em fevereiro, ocorreriam negociações simuladas com títulos públicos. Contudo, com o adiamento, essa atividade foi movida para maio. Mesmo enfrentando obstáculos nessa etapa, Araujo expressou otimismo quanto ao lançamento do Drex para o público, mantendo a projeção de que a moeda estará disponível entre o final de 2024 e o início de 2025.
Recentemente, no dia 7, o Banco Central fez a apresentação oficial do Drex, posicionando-o como o futuro da moeda virtual no Brasil. Para muitos, o nome “real digital” era o que representava a iniciativa. Entretanto, uma interessante peculiaridade foi destacada pelo BC: cada letra de “Drex” carrega um significado. O “D” alude ao digital, “R” faz referência ao real, “E” remete à eletrônica e o “X” transmite a ideia de modernidade e conexão, evocando, inclusive, a terminação do Pix, o já consolidado sistema de transferência instantânea.
No tocante à tecnologia por trás do projeto, em março, o Banco Central decidiu adotar a plataforma Hyperledger Besu para conduzir testes com ativos variados. Uma das grandes vantagens dessa escolha é a economia, visto que a plataforma opera sob uma licença de código aberto, reduzindo custos associados a royalties tecnológicos.
Consórcios
O avanço do projeto envolveu também a seleção de 16 consórcios em junho, que terão a responsabilidade de construir sistemas para integrar ao Hyperledger Besu, além de desenvolver os produtos financeiros e tecnológicos inerentes. A relação completa desses consórcios escolhidos pode ser encontrada no site oficial do Banco Central.
Fabio Araujo voltou a enfatizar os desafios ao conectar esses consórcios à plataforma. O aprimoramento e a escolha das tecnologias destinadas à proteção da privacidade dos usuários são essenciais, e as discussões com diversos provedores têm sido constantes. A busca por uma solução que esteja em plena conformidade com a LGPD, assegurando o rigor necessário, foi citada por Araujo como um dos principais motivos do adiamento, permitindo que os testes de privacidade sejam conduzidos da forma mais apropriada.
Enquanto o Brasil caminha para a implementação de sua própria moeda digital, desafios surgem, mas a ênfase na proteção e privacidade do usuário é uma constante. A expectativa é de que o Drex, uma vez lançado, possa oferecer uma experiência segura e inovadora para todos os brasileiros.
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