SUS oferece cirurgia plástica? Cirurgias plásticas, um luxo exclusivo das clínicas particulares? Muitos acreditam que sim, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) está desafiando essa concepção. Seja por razões estéticas ou de saúde, o SUS oferece uma variedade de procedimentos cirúrgicos que podem transformar vidas. E sim, isso inclui intervenções plásticas.
Procedimentos gratuitos no SUS
Desde a sua concepção, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem a missão de democratizar o acesso à assistência médica para todos os brasileiros, independentemente de suas condições financeiras. Parte desse compromisso é fornecer cirurgias plásticas, um segmento da medicina muitas vezes mal interpretado por ser associado apenas à estética.
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De acordo com informações de julho de 2021 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o SUS realiza diversos procedimentos cirúrgicos, como a reconstituição de lábio leporino, cirurgia de redesignação sexual, abdominoplastia, entre outros. A lista é extensa e abrange desde a correção de flacidez após perda de peso até tratamentos para condições mais graves, como queimaduras que resultaram em deformações.
Porém, não se engane pensando que todas as cirurgias estéticas são cobertas. Procedimentos como lipoaspiração, aumento labial, implante capilar, entre outros que têm pura motivação estética, não se enquadram nos serviços oferecidos pelo sistema público. No entanto, há situações em que certas condições estéticas, como orelhas proeminentes, podem causar problemas psicológicos, justificando a intervenção.
Para quem deseja realizar uma cirurgia plástica pelo SUS, o processo inicia-se com uma consulta em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Após avaliação médica, uma solicitação é enviada à Secretaria de Saúde do município do paciente. Esse passo é crucial para identificar instituições de saúde locais equipadas para o procedimento desejado.
Vale ressaltar que a lista de instituições inclui hospitais universitários, hospitais-escola e até clínicas particulares. Entre os hospitais universitários parceiros do SUS, estão o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes – HUPAA, a FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), entre outros.
Processo contínuo
Mas o processo não termina aí. A Secretaria de Saúde também envia um assistente social ou psicólogo para avaliar o paciente em sua residência, focando nos aspectos emocionais e psicológicos. Isso é de suma importância, especialmente em procedimentos de grande impacto, como a cirurgia de redesignação sexual.
O tempo de espera para realização de uma cirurgia plástica pelo SUS pode variar, dependendo do tipo de procedimento e da região. A cirurgia de catarata, por exemplo, é uma das mais solicitadas. Em resposta a essa demanda, o Ministério da Saúde investiu mais de R$ 250 milhões em cirurgias eletivas de média complexidade. Mesmo assim, em algumas situações, pacientes em estado de emergência podem buscar auxílio jurídico para obter o tratamento em hospitais privados.
De fato, em casos especiais, o SUS pode financiar cirurgias plásticas em clínicas particulares. Isso reforça o objetivo principal do SUS: oferecer assistência universal, sem discriminação.
Em suma, o SUS é uma opção viável para aqueles que buscam cirurgias plásticas. Embora existam procedimentos com foco puramente estético que não são cobertos, o sistema oferece uma variedade de tratamentos essenciais que podem ser vitais para o bem-estar e a saúde dos pacientes.
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