Milhões de pessoas sofrem com doenças desconhecidas pelo mundo

Doenças misteriosas – Numa história que toca o coração e reforça a necessidade do avanço da medicina diagnóstica, Helene Cederroth, uma mãe sueca, passou décadas em busca de um diagnóstico para os misteriosos problemas de saúde que afetavam seus filhos. Três de suas quatro crianças vieram a falecer precocemente devido a uma doença ainda desconhecida.

Milhões de pessoas sofrem com doenças desconhecidas pelo mundo
A busca incessante por um diagnóstico foi a luta de Helene Cederroth diante das doenças que afetavam seus filhos. Foto: divulgação

Doenças que afetam milhões pelo mundo

A trajetória desta família, que viveu sob um manto de dúvidas e inseguranças, começou a se desenhar em 1984. Wilhelm, o segundo dos quatro filhos de Helene e Mikk, ao completar seu primeiro aniversário, manifestou sintomas preocupantes, como epilepsia e constantes problemas estomacais. Aos três anos, uma complicação respiratória se juntou ao quadro clínico do menino. Mesmo diante de todos esses sinais, as autoridades médicas continuavam assegurando aos pais que os problemas de saúde do pequeno não eram graves.

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Em um episódio que ficou marcado na memória da família, Wilhelm, com cinco anos, após colher framboesas, teve um surto de tosse tão violento que seus olhos adquiriram uma tonalidade avermelhada. Posteriormente, febre alta e inchaço facial se manifestaram. Mas, mesmo diante desses sintomas alarmantes, os profissionais de saúde não detectaram anormalidades significativas em seu estado.

Diante das afirmações médicas de que a condição de Wilhelm não tinha origem genética, Helene e Mikk decidiram ampliar a família. No entanto, ainda na gestação de seu terceiro filho, Hugo, Helene experimentou sensações que remetiam a episódios de epilepsia. Mesmo assim, a hipótese foi descartada pelos médicos, que acreditavam se tratar apenas de soluços fetais. O nascimento de Hugo, em 1991, trouxe a confirmação dos piores temores: seis horas após vir ao mundo, o bebê teve sua primeira convulsão. As adversidades continuaram quando, em 1994, sua filha Emma apresentou sintomas semelhantes apenas meia hora após o parto.

Desdobramentos

Os anos seguintes foram marcados por incertezas e dor. Wilhelm faleceu em 1999, seguido por Emma no ano 2000 e Hugo em 2022. Apesar da extensiva avaliação médica, nenhum diagnóstico concreto foi apresentado à família, deixando um vácuo de respostas.

A BBC destaca que doenças não diagnosticadas, embora envoltas em mistério, não são raras. Estima-se que cerca de 350 milhões de indivíduos globalmente sofrem de alguma condição médica ainda sem causa definida. Deste universo, as crianças com menos de cinco anos são as mais impactadas, totalizando metade dos casos. A estatística é ainda mais dolorosa ao considerarmos que 30% desses jovens pacientes virão a óbito antes de completarem cinco anos de idade.

O legado deixado pela passagem dessas três crianças não ficou restrito à memória de seus pais. Em homenagem ao filho Wilhelm e movidos pelo desejo de oferecer um futuro com mais respostas para outras famílias, Helene e Mikk fundaram uma entidade beneficente: a Fundação Wilhelm. A missão da instituição é clara e urgente: garantir que todas as crianças sem diagnóstico obtenham as respostas que tanto precisam.

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