Delegado brasileiro pode se tornar novo chefe da Interpol; confira

Interpol pode ter brasileiro como delegado – Uma reviravolta histórica pode estar se delineando nos corredores da Interpol. Pela primeira vez em seu centenário de existência, um brasileiro é lançado como candidato à Secretaria-Geral, posição-chave na polícia internacional. E este movimento pode indicar uma mudança de paradigmas no âmbito da segurança internacional.

Delegado brasileiro pode se tornar novo chefe da Interpol; confira
O delegado Valdecy Urquiza representa o Brasil na Interpol, marcando um momento histórico. Foto: divulgação

Nome de brasileiro é proposto para a Interpol

O nome proposto pelo Brasil é do delegado da Polícia Federal (PF), Valdecy Urquiza, que atualmente ocupa duas posições de destaque: a diretoria de Cooperação Internacional da PF e a vice-presidência das Américas na própria Interpol. O cargo de secretário-geral da Interpol é de grande relevância, sendo comparável ao de um CEO de uma grande empresa, sendo este o responsável por toda a gestão e operações da entidade.

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Com 195 nações como membros, a eleição para o cargo não é uma simples votação entre todos os países. O processo de escolha do secretário-geral é de responsabilidade do Comitê Executivo, composto por 13 representantes. Analogamente, este comitê atua como o conselho de administração de uma empresa, onde cada membro é responsável por representar e zelar pelos interesses dos países integrantes da polícia internacional.

O próprio Urquiza, como vice-presidente, faz parte do Comitê Executivo da Interpol. Contudo, devido às normas da instituição e ao seu envolvimento direto no processo eleitoral, ele está impedido de votar em si mesmo.

Historicamente, a liderança da Interpol sempre esteve concentrada em representantes europeus, com uma única exceção vinda dos Estados Unidos. Regiões como América do Sul, África, Ásia e Oceania nunca tiveram a oportunidade de comandar a polícia internacional. Urquiza busca quebrar essa tradição centenária com sua candidatura, posicionando-a não apenas como uma evolução pessoal, mas, segundo ele próprio e seus apoiadores, como “um momento histórico”.

O delegado Luciano Leiro, presidente da Associação dos Delegados de PF (ADPF) e amigo próximo de Urquiza, destacou o peso e a importância da candidatura. Em suas palavras, o Brasil está colocando à disposição da Interpol um profissional com vasta experiência no setor, fortalecendo o compromisso com a justiça e segurança global. A possibilidade de ter um brasileiro na liderança da entidade é vista com grande entusiasmo.

Apoio ao candidato

No cenário político brasileiro, o apoio à candidatura de Urquiza também se faz evidente. Flávio Dino, ministro da Justiça, junto à Direção-Geral da PF, tem estabelecido diálogos com autoridades de diversos países para angariar respaldo à candidatura do delegado. E, até o momento, muitos países parceiros têm demonstrado apoio.

Além da votação, o Comitê Executivo da Interpol realiza uma rigorosa avaliação para verificar se os candidatos possuem os pré-requisitos necessários. Entre eles, estão a experiência em áreas policiais e cooperação internacional, bem como o domínio de um ou mais dos idiomas oficiais da entidade: inglês, francês, espanhol ou árabe.

Valdecy Urquiza, natural de São Luís, Maranhão, e com 42 anos, traz em sua bagagem uma carreira exemplar. Ingressou na Polícia Federal em 2007, liderou a Divisão de Cooperação Policial Internacional da PF e comandou o Escritório Nacional Central da Interpol no Brasil. Além disso, já teve atuações significativas em órgãos policiais internacionais, como a Europol e a Ameripol, fortalecendo ainda mais seu currículo e ampliando as esperanças brasileiras de uma liderança na Interpol.

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