Governo desliga 11,4 mil famílias de grande benefício social

Estas pessoas ficarão de fora do benefício social – Em uma iniciativa sem precedentes, o governo federal revisou e reformulou o programa Bolsa Família, resultando no bloqueio e cancelamento de repasses para várias famílias beneficiárias. As razões para esses cortes se concentram nas confirmações de irregularidades e fraudes no cadastramento das famílias. Mas o que exatamente levou a essas ações drásticas e como elas afetam as famílias unipessoais, que se tornaram o principal alvo da revisão do governo?

Governo desliga 11,4 mil de famílias de grande benefício social
As ações de requalificação do Cadastro Único estão resultando no desligamento de famílias do benefício social. Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / noticiadamanha.com.br

Quem ficou de fora de benefício social?

Um olhar mais atento revela que muitas dessas famílias unipessoais estavam fornecendo informações falsas no CadÚnico, o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Algumas pessoas declaravam morar sozinhas, quando, na realidade, dividiam o lar com outras pessoas. Essa estratégia tinha como objetivo obter dois benefícios por casa, uma prática claramente proibida.

Veja também: Bolsa Família: 14º pagamento previsto para dezembro? Entenda

O Estado de Goiás exemplifica essa tendência, onde desde março deste ano, 11,4 mil pessoas foram desligadas do Bolsa Família. De acordo com o Governo Federal, essa medida foi necessária para a promoção de ações de requalificação do CadÚnico.

Em abril, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) deu um passo ainda mais significativo, anunciando o bloqueio de 1,2 milhão de famílias. Essa medida drástica foi implementada após a constatação de inconsistências na composição familiar. Um mês depois, em maio, o número de inscritos com o benefício bloqueado caiu para 988 mil.

O foco principal nessas ações tem sido nas famílias unipessoais, um grupo que experimentou um aumento considerável de beneficiários durante a época do Auxílio Brasil. A proporção de pessoas recebendo o benefício como família unipessoal saltou de 15% para 27%. Este aumento nos números levantou suspeitas entre as autoridades, levando à investigação de possíveis fraudes.

Relançamento do programa

O relançamento do Bolsa Família em março trouxe mudanças significativas, incluindo ajustes na renda familiar máxima para a liberação dos valores, e várias outras alterações, como a liberação de valores adicionais de acordo com a composição familiar. Além disso, o programa agora dedica atenção especial à primeira infância, bem como a gestantes, crianças e adolescentes. Também foram estabelecidas regras de proteção e retorno garantido, buscando incentivar o emprego e o empreendedorismo.

Essas mudanças, embora necessárias para garantir a integridade do programa, levantam questões importantes sobre os efeitos colaterais para as famílias afetadas. Com o aumento da fiscalização e o foco em eliminar fraudes, alguns beneficiários legítimos podem encontrar obstáculos inesperados para acessar os recursos de que precisam.

O futuro do Bolsa Família continua sendo uma questão de debate e interesse público, com a promessa de fornecer suporte vital para as famílias em necessidade enquanto mantém a integridade do programa. A revisão e a reformulação demonstram um compromisso em erradicar a corrupção e garantir que os recursos sejam destinados àqueles que realmente precisam. No entanto, os desafios envolvidos na implementação dessas mudanças e a necessidade de garantir que os direitos dos beneficiários legítimos não sejam comprometidos permanecem como preocupações centrais para os formuladores de políticas, autoridades e cidadãos.

Veja também: Bolsa Família de agosto; quando cai na conta? Veja as datas antecipadas