Fim das compras parceladas? Em audiência pública no Senado Federal, realizada na última quinta-feira (11), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, trouxe à discussão uma nova medida que pode gerar apreensão nos consumidores que realizam compras através do cartão de crédito no exterior ou em lojas de e-commerce estrangeiras. Saiba, logo abaixo, mais detalhe sobre o que pode mudar nas regras em debate.
Compras debatidas pelo Senado
Roberto Campos Neto, presidente à frente do Banco Central, está empenhado em buscar alternativas para a gestão das compras realizadas com cartões de crédito no território brasileiro. Ele participou ativamente da audiência pública, realizada na última quinta-feira (10), no Senado, cujo foco era explorar possíveis soluções para a persistente problemática da inadimplência no país.
Nesse contexto, surge a necessidade de também abordar a questão dos juros exorbitantes aplicados em transações de crédito. Durante a reunião realizada ontem, Campos Neto mencionou a consideração da extinção do mecanismo de crédito rotativo como uma das alternativas sob análise para abordar essa questão crucial. Saiba mais detalhes do que está sendo proposto, logo abaixo.
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Fim do crédito rotativo e compras parceladas
No âmbito da audiência, foi esmiuçado o que exatamente Campos Neto propõe. Em virtude da proliferação expressiva de emissões de cartões de crédito no Brasil, o presidente do Banco Central identifica esses produtos como elementos geradores de desafios significativos. Portanto, a proposta não apenas sugere a eliminação do crédito rotativo, mas também introduz a ideia de estabelecer uma tarifa que possa desencorajar o parcelamento sem juros em menor escala.
Compras com responsabilidade
O presidente do BC destaca que a abordagem proposta não visa proibir o parcelamento sem juros, mas sim tornar o uso do cartão de crédito uma prática mais responsável e disciplinada. O foco principal está em implementar essa abordagem de maneira cuidadosa, a fim de evitar possíveis efeitos negativos no padrão de consumo.
A medida está em fase de formulação e contempla a possibilidade de direcionar faturas não pagas diretamente para um sistema de crédito parcelado vinculado ao cartão, acarretando uma taxa mensal de juros em torno de 9%, que anualmente corresponderia a 181%.
É interessante observar que essa taxa proposta representa uma diminuição considerável em comparação aos alarmantes 437% de juros rotativos anuais e os 196% aplicados no parcelamento do cartão, números atualmente vigentes.
Com a palavra, os bancos
O posicionamento dos bancos em relação à abolição do crédito rotativo também ganhou destaque. Instituições como o Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco expressaram suas considerações. Eles afirmam que seus clientes não permanecem na situação de crédito rotativo por períodos prolongados, uma vez que a legislação exige que as instituições ofereçam alternativas de crédito aos clientes, caso necessário.
Roberto Campos Neto salientou que aproximadamente 40% do consumo nacional é conduzido por meio de cartões de crédito. Ele levanta a reflexão de que a imposição de um limite rígido nos juros do produto poderia ter consequências adversas e, porventura, pressionar os bancos a retirarem o cartão de crédito do mercado.
Resultado deve sair em 90 dias
Ao final da discussão, o presidente Campos Neto revelou que essa solução está sendo forjada em colaboração com o relator do projeto de lei “Desenrola, Brasil”, o deputado Elmar Nascimento (União-BA). A expectativa é que a solução final seja apresentada em um prazo de até 90 dias.
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