Fóssil da baleia pré-histórica foi encontrado em região do Vale Ica, no Peru. A descoberta é o fruto mais atual da “intensa atividade” de uma equipe de dezenas de pesquisadores que teve início em 2006 a região. Segundo análises do gigantesco esqueleto de mais de 20 metros, cetáceo possuía ossos densos e provavelmente nadava lentamente por conta da “extrema massa esquelética”. Saiba mais detalhes sobre a descoberta logo abaixo.
A peso-pesado das baleias
Após mais de uma década de pesquisas no local, um grupo de pesquisadores encontrou no Vale do Ica, no Peru, o esqueleto do Perucetus colossus, uma antiga baleia colossal. Segundo especialistas, esse animal pode ser o mais pesado já registrado na história. Acredita-se que seu peso possa variar entre 85 a 340 toneladas, rivalizando ou superando o peso da baleia azul, considerada até então o animal com maior massa corporal.
O estudo, publicado na revista Nature, afirma que Giovanni Bianucci, autor principal, sustenta essa afirmação. O esqueleto parcial do pesado animal da filha dos cetáceos, é composto por 13 vértebras, quatro costelas e um osso do quadril, além de ter um comprimento estimado de 17 a 20 metros. Embora menor que a baleia azul, que pode alcançar 25 metros, o Perucetus provavelmente supera todos os outros mamíferos marinhos em termos de massa esquelética.
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Peso de 5 mil pessoas
O animal, provavelmente duas a três vezes mais pesado que a baleia azul atual, pode ser comparado a até 5 mil pessoas em termos de peso. Bianucci, um professor associado de paleontologia na Universidade de Pisa, descreve que a Perucetus tinha um estilo de natação ondulatório e anguiliforme devido a sua grande massa corporal.
Diferentemente de outros cetáceos, os ossos do Perucetus eram densos e compactos, o que é compartilhado com os sirênios, mamíferos aquáticos como peixes-boi. Acredita-se que essa densidade fosse uma adaptação para a vida em águas costeiras rasas e turbulentas, fornecendo estabilidade.
A descoberta é resultado de pesquisas que ocorrem desde 2006 no Vale Ica, no sul do Peru, onde outros fósseis importantes já foram encontrados. Estes incluem Peregocetus pacificus, o mais antigo cetáceo quadrúpede do Oceano Pacífico, e o macropredador Livyatan melvillei, um tipo de cachalote.
A Perucetus também levanta questões sobre a evolução animal e sua adaptação a ambientes extremos. Sua massa esquelética extraordinária sugere possibilidades surpreendentes na evolução. A descoberta mostra que os cetáceos alcançaram o gigantismo cerca de 30 milhões de anos antes do que se pensava anteriormente. Devido à presença de ossos pesados, seus tecidos leves permitiam compensar o peso e obter flutuabilidade neutra na água, uma diferença importante em relação aos animais terrestres.
Embora os autores do estudo não possuam o crânio ou os dentes da baleia, suas características indicam que ela provavelmente se alimentava perto do fundo do mar, um comportamento incomum entre as baleias. Suas opções dietéticas podem ter variado entre o consumo de plantas, pequenos moluscos e crustáceos ou carcaças de vertebrados.
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