Se você é dos mais saudosistas e sente falta de uma outra antiga embalagem de doces ou refrigerantes, provavelmente também lembra da antiga ‘cara’ do bombom Sonho de Valsa. Após anos de tradição, a fabricante do chocolate alegou que a nova roupagem do doce seria para conservar o sabor e qualidade do bombom mais amado do Brasil, enquanto outros apostaram que tudo não se tratava de uma jogada de marketing. No entanto, o passado pode estar voltando à realidade e o motivo pode surpreender. Saiba mais abaixo.
Por trás da embalagem
As antigas embalagens de doces, refrigerantes e alguns achocolatos ficaram na memória de quem hoje tem mais de 35 anos. E se você está nessa fila, provavelmente também lembra da antiga ‘cara’ do bombom Sonho de Valsa. Após anos de tradição, a fabricante Lacta alegou que a nova roupagem do doce seria para conservar o sabor e manter a qualidade do famoso bombom. Mas a maioria não engoliu muito bem essa história e apostou que tudo não passava de mais uma jogada de marketing.
Com um público insatisfeito pela embalagem menos prática que sua irmã mais velha, a fabricante não deu muita importância à baixa receptividade da mudança, e o motivo que fez a fabricante bater o pé foi revelado recentemente, após surgirem rumores de que a antiga embalagem do Sonho de Valsa pode voltar e o motivo que deve causar alegria aos mais saudosos deve estar ligado curiosamente à Reforma Tributária. Se ficou confuso, continue lendo para entender mais abaixo o que a nova medida influencia na embalagem do popular chocolate.
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Um sonho de imposto
Não, não foi para conservar o sabor, tampouco uma estratégia de marketing. O que provavelmente você não sabe é que a fabricante do Sonho de Valsa usou a lei em seu benefício. A embalagem anterior classificava o produto como “bombom ou chocolate”, o que de fato ele é. Com isso, a Lacta se sujeitava a uma alíquota de 5% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Ao alterar a embalagem original por uma selada, a empresa alteraria a classificação do produto para “produto de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos”. Com isso, o chocolate mudou de categoria, passando a ser classificado como um wafer, no qual a tributação do IPI é de 0%.
E aonde entra a Reforma Tributária?
Uma das principais propostas da Nova Reforma Tributária é unificar os impostos atuais, como o IPI e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) a qual permitem alíquotas diferenciadas para os produtos.
Esse fator pode dar fim para algumas particularidades pelo atual sistema tributário do Brasil, como por exemplo, alguns chocolates que deixaram de ser bombom e foram vendidos como wafer, no entanto eles podem voltar como bombom com a reforma. Isso acontece porque alguns produtos são apresentados de formas diferentes apenas para pagar menos impostos. Com as mudanças, o percentual de imposto será o mesmo, tanto para “produto wafer” quanto para “produto bombom”, sem distinção de alíquota entre eles.
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