Não deixe de tirar o notebook da mochila – Uma das tarefas mais tediosas ao embarcar em um avião é a passagem pelo sistema de raio-X. Retirar chaves, celular, cinto e outros itens metálicos dos bolsos pode parecer inconveniente, mas o que realmente intriga muitos é a necessidade de retirar notebooks e tablets das mochilas ou malas para serem escaneados separadamente. Será que você já se questionou o porquê disso? A resposta é mais intrigante do que parece e é possível que você se surpreenda ao descobrir que os avanços tecnológicos podem em breve tornar essa prática uma lembrança distante.
Notebook na mochila pode atrapalhar inspeção
Para entender essa prática, é necessário compreender que a principal razão não é necessariamente o risco potencial de explosão da bateria, como muitos podem imaginar. O principal motivo é que o notebook pode impedir a visibilidade e identificação de outros itens presentes na bagagem durante a varredura pelo raio-X. Francisco Araújo Bomfim Júnior, professor do curso de Redes de Computadores da Faculdade Impacta, explica: “Os notebooks têm cabos, placas de circuito eletrônico, baterias e proteções eletromagnéticas de metal que dificultam a inspeção por equipamentos de raio-X. Eles não são completamente ‘transparentes’ ao passar por esse equipamento, podendo, portanto, ocultar itens proibidos”.
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Os componentes eletrônicos podem obscurecer a visão do escâner de raio-X, facilitando assim a realização de atividades criminosas ou o tráfico de armas e outros objetos proibidos. Euclides Lourenço Chuma, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE) e pesquisador na Universidade de Linköping, na Suécia, adverte que “como o raio-X não consegue ver através do notebook, uma pessoa mal-intencionada poderia esconder uma faca ou até mesmo uma arma sob o equipamento sem que algo fosse identificado. E o notebook tem uma área bastante grande que impossibilita essa verificação”.
Em situações suspeitas, pode ser necessário que o passageiro retire o notebook da bagagem para uma inspeção mais minuciosa. No Brasil, essa prática é comum tanto em voos domésticos quanto internacionais.
Evolução tecnológica
Contudo, a evolução tecnológica pode estar prestes a mudar essa realidade. A necessidade de retirar notebooks e outros dispositivos eletrônicos das malas durante a inspeção de segurança está se tornando obsoleta em alguns lugares do mundo. Aeroportos em países como Estados Unidos e Inglaterra já começaram a dispensar essa exigência.
Em Londres, por exemplo, o Aeroporto da Cidade de Londres já implementou essa mudança. Os antigos tomógrafos foram substituídos por modelos mais modernos que produzem imagens 3D detalhadas do conteúdo das malas dos passageiros. O governo local espera que a nova tecnologia seja implementada em todos os principais aeroportos até junho de 2024.
“Esses scanners são capazes de gerar centenas de imagens em todas as direções. Com base nessas imagens, um algoritmo de reconstrução calcula as dimensões e gera uma imagem 3D do conteúdo da bagagem”, explica Bomfim Júnior. Nos EUA, os testes com aparelhos que utilizam tecnologia de tomografia computadorizada também já começaram. Eles prometem eliminar a necessidade de retirar dispositivos eletrônicos das bagagens durante as inspeções de segurança.
Portanto, é possível que a prática de retirar notebooks e tablets das malas para a inspeção de segurança em aeroportos possa se tornar obsoleta em um futuro não muito distante, graças aos avanços tecnológicos nos scanners de bagagem.
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