Prima distante da Barbie, a personagem Lilli fazia sucesso na Alemanha dos anos 1950 como uma espécie de acompanhante de luxo que se metia em encrenca com homens ricos, e inspirou fabricante de brinquedos na criação da boneca mais popular do momento, tema do live-action que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20). Saiba mais sobre a polêmica história mais abaixo.
Barbie para adultos
Para quem gosta de história, sabe (ou gostaria de saber) que Barbie, a boneca mais famosa do mundo, foi criada no dia 9 de março de 1959. Mas o que a maioria não deve saber é que por trás de sua criação existe uma ‘musa’ inspiradora nada apropriada para o público infantil.
Nos anos 1950, existia a personagem Lilli, que já fazia muito sucesso na Alemanha, como uma espécie de acompanhante de luxo que se metia em muitas encrencas com homens ricos. O corpo de Lilli foi fonte de inspiração para que a Ruth Handler, co-fundadora da fabricante de brinquedos Mattel, criasse em 1959 a primeira boneca Barbie.
Segundo Handler, o ‘encontro’ com Lilli aconteceu durante uma viagem à Suíça, em 1956. Onde viu pela primeira vez um modelo criado para adultos que reproduzia uma personagem quadrinhos publicados no jornal alemão Bild.
Após a revelação de Ruth, o criador da personagem Lilli revelou que a ‘confissão’ lhe causou indignação, chegando até mesmo a pensar em um possível processo contra a Mattel, mas foi dissuadido pelo irmão, que sugeriu que a O&M Hausser vendesse a patente da boneca.
Sabemos que ficou curioso sobre a musa inspiradora para a crição da Barbie, então saiba um pouco mais sobre sua história logo abaixo.
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Lilli, a ‘callgirl’
Nos quadrinhos que eram publicados no jornal alemão Bild, Lilli era uma mulher que se relacionava com diversos homens ricos, ganhava presentes luxuosos e se metia em situações engraçadas com eles. As tirinhas faziam trocadilhos com a profissão da personagem, deixando subentendido que Lili seria uma espécie de acompanhante de luxo.
Os quadrinhos mostravam Lilli em um escritório atendendo o telefone, mas ela era comicamente descrita como uma “call girl”. Em inglês e alemão, o termo é uma gíria para “garota de programa”, o que confere uma conotação de duplo sentido à profissão da personagem.
Em entrevista a uma fundação de moda na Suíça, o criador de Lilli Rolf Hausser descreveu a personagem como “um símbolo de seu tempo”.
Barbie: mais de 200 profissões
Em 1977, Ruth Handler comentou ao “The New York Times” sobre a inspiração adulta da Barbie:
Usando o encorajador slogan “você pode ser o que quiser”, a boneca dominou o imaginário das meninas em uma época em que as norte-americanas ganhavam o mercado de trabalho e se permitiam imaginar uma existência que não se resumisse mais à vida doméstica e a maternidade: saem de cena as bonecas bebês e chega a “irmã mais velha” multifunções.
De astronauta a presidente, Barbie já teve mais de 200 profissões, o que já a distancia da ‘prima’ alemã Lilli, e explica a força e popularidade que um simples brinquedo passou a ter ao longo dos anos, indo de uma simples boneca à uma emissora de mensagens de encorajamento e emponderamento.
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