Longa-metragem, que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas brasileiros, conta a história do físico norte-americano L. Robert Oppenheimer, que criou as bombas atômicas lançadas pelas forças armadas dos Estados Unidos nas cidades japonesas de Hiroshima e em Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial, causando a morte de 70 mil e 40 mil pessoas respectivamente. Continue lendo para saber um pouco mais sobre a história do criador do Projeto Manhattan.
História digna de cinema
O lançamento do filme “Oppenheimer”, nesta quinta-feira (20), reacendeu as curiosidades sobre a história do surgimento da bomba atômica e o papel fundamental do físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer em um dos acontecimentos mais impactantes da história da Segunda Guerra Mundial.
O longa-metragem aborda aspectos da vida pessoal do cientista, conhecido como o “pai da bomba atômica” e interpretado pelo ator Cillian Murphy(da série Peaky Blinders), além de seu trabalho para o governo norte-americano durante a guerra.
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1. A fama
Encarregado de desenvolver a primeira bomba atômica do mundo, Oppenheimer liderou o Projeto Manhattan durante a Segunda Guerra Mundial. A escolha do cientista para liderar o projeto foi justificada pelo físico alemão Albert Einstein ao definir o colega como alguém com forte espírito patriota, “que ama quem não o ama” (os Estados Unidos). A partir dessa iniciativa, a arma foi lançada nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, matando mais de 140 mil pessoas.
2. A origem de Oppenheimer
O físico nasceu no dia 22 de abril de 1904, em Nova York. Ele era filho de um casal de imigrantes judeus de origem alemã que fizeram fortuna no setor têxtil nos EUA.
3. Interesse pela física
Em Harvard, Oppenheimer se formou em química com apenas três anos de curso. Embora tenha estudado inicialmente nessa área, ele logo percebeu que sua maior paixão era a física. Interessado por temas como termodinâmica e física experimental, ele migrou para a Europa para continuar seus estudos.
Na Europa, ingressou nos Laboratórios Cavendish da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e posteriormente no Instituto de Física Teórica da Universidade de Gôttingen, na Alemanha, tido como um dos centros mais reconhecidos no campo da física teórica da Europa.
Aos 22 anos ele concluiu sua tese de doutorado.
4. Carreira acadêmica
Em 1927, Oppenheimer voltou a morar nos EUA. Um ano depois passou a trabalhar como professor no Instituto Tecnológico da Califórnia e na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Oppenheimer descrevia a si próprio como um professor inicialmente “difícil”, mas foi com esse cargo que ele aperfeiçoou o carisma e a presença social que o conduziriam durante sua passagem pelo Projeto Y.
Um colega relembrou como seus alunos “o imitavam o melhor que podiam. Eles copiavam seus gestos, seus maneirismos, suas entonações. Ele realmente influenciou a vida deles.”
5. A 1ª bomba atômica
A vida de Oppenheimer, como a de muitas pessoas do seu tempo, foi marcada intensamente pelo contexto político. Após a invasão da Polônia, em 1939, surgiu entre cientistas da época, como Oppenheimer, Albert Einstein, Leo Szilard e Eugene Wigner, a necessidade de inventar uma arma muito poderosa antes dos nazistas.
Nesse contexto, diversos físicos, químicos e pesquisadores dos EUA e da Europa se juntaram na corrida contra os alemães para construir a primeira bomba atômica do mundo, dando origem ao Projeto Manhattan. O físico foi então encarregado de estabelecer e dirigir o Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, onde foi desenvolvida e testada com sucesso a primeira bomba atômica, em 1945. A construção das bombas atômicas envolveu meses de pesquisas antes dos primeiros bombardeios de teste serem feitos, resultando em duas armas: uma bomba de fissão com um isótopo do urânio, batizada de Little Boy, e outra com um elemento sintético chamado plutônio-239, chamada Fat Man.
Algumas semanas depois, elas foram lançadas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, causando destruição e vários mortos e feridos.
6. O arrependimento e perseguição
Com o fim da guerra, o Projeto Manhattan foi desmantelado e os cientistas que trabalharam nele passaram a ser vistos como heróis pela sociedade norte-americana. Oppenheimer foi nomeado pelo governo para presidir o comitê da Comissão para a Energia Atômica, criado para fiscalizar as atividades nucleares desenvolvidas e em estudo dentro e fora dos EUA.
No entanto, as milhares de mortes causadas por suas invenções foram um fardo pesado demais para Oppenheimer carregar, e ao mostrar publicamente em entrevistas estar arrependido de sua participação na criação da bomba e defender o controle internacional de armas nucleares, o físico passou a ser visto pelo governo e pela sociedade em geral como um traidor.
Em 1954, ele teve sua conexão com o governo norte-americano encerrada. Com a carreira prejudicada, Oppenheimer passou a se dedicar mais aos estudos. Ele escreveu livros sobre os problemas surgidos da relação entre a ciência e a sociedade.
7. Sua morte
Fumante inveterado desde a adolescência, Oppenheimer sofreu episódios de tuberculose ao longo da vida e morreu de câncer da garganta em 1967, com 62 anos de idade.
Em um raro momento de simplicidade, dois anos antes da morte, o físico traçou uma distinção entre a prática da ciência e a poesia. Ao contrário da poesia, segundo ele, “a ciência é a arte de aprender a não cometer o mesmo erro duas vezes”.
O filme
Com lançamento nesta quinta-feira (20) no Brasil e nos Estados Unidos, o filme Oppenheimer é baseado no livro vencedor do prêmio Pulitzer, Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano (Ed. Intrínseca, 2023).
O ator Cillian Murphy interpreta Robert Oppenheimer. O longa também retrata diversas outras pessoas reais, como o general Leslie Groves (interpretado por Matt Damon), que recrutou Oppenheimer, além de figuras da sua vida pessoal, como a psiquiatra Jean Tatlock (Florence Pugh), que namorou o físico nos anos 1930, e sua esposa Kitty Oppenheimer (Emily Blunt).
Antes mesmo de seu lançamento, a crítica especializada teceu grandes elogios ao filme dirigido e roteirizado por Christopher Nolan, e é apontado como um dos melhores filmes do ano, ao lado de “Barbie: O Filme”, que também estreia hoje nas telonas.
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