Em uma notícia aguardada por muitos, farmacêutica Eli Lilly apresentou na última segunda-feira (17), os resultados preliminares de um novo medicamento em teste, denominado Donanemabe, que revelaram uma redução significativa da perda cognitiva associada à progressão do Alzheimer. Os resultados parciais do estudo já haviam sido divulgados em maio, mas foram publicados agora na íntegra na revista científica Jama. Saiba mais sobre o novo medicamente que pode trazer esperanças a quem sofre da doença degenerativa.
Nova esperança contra o Alzheimer
Donanemab, da farmacêutica Eli Lilly, é o nome da droga experimental que deu um fio de esperança a pacientes que sofrem de Alzheimer. A medicação conseguiu reduzir em 60% a progressão da doença degenerativa para pacientes nos estágios iniciais da doença, de acordo com dados de testes apresentados nesta segunda-feira (17).
Os resultados parciais do estudo já haviam sido divulgados em maio, mas foram publicados agora na íntegra na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association), o que mostra que passaram por revisão de especialistas.
As descobertas ressaltam que a detecção e o diagnóstico precoces podem realmente mudar a trajetória da doença, segundo analisou Anne White, presidente de neurociência da Lilly, fabricante da nova droga experimental.
Mas afinal, como essa medicação funciona? Saiba mais abaixo o que é o Donanemab.
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O que é o Donanemab?
É um anticorpo projetado para eliminar uma substância chamada beta-amilóide. A amilóide se acumula nos espaços entre as células cerebrais, formando placas que são características da doença de Alzheimer.
Durante o ensaio clínico que incluiu 1.736 pacientes com Alzheimer leve, de 60 a 85 anos, o Donanemab retardou a progressão do Alzheimer em 60% nesses casos. Contudo, os resultados foram menos expressivos em pacientes mais velhos e pacientes com níveis mais avançados da doença.
Um dos efeitos colaterais identificados pela equipe durante o ensaio clínico foi o surgimento de inchaço cerebral. O sintoma é considerado comum em até um terço dos pacientes. Para a maioria, foi resolvido sem causar sintomas, mas três voluntários morreram devido ao inchaço (Veja mais abaixo outros efeitos colaterais relatados).
Metade dos pacientes conseguiu interromper o tratamento após um ano, porque havia eliminado depósitos cerebrais suficientes. Os participantes tratados com Donanemab também tiveram um risco 39% menor de progredir para o próximo estágio clínico da doença durante o estudo de 18 meses.
Efeitos colaterais
- Inchaço cerebral: O estudo mostrou que o inchaço cerebral, um efeito colateral conhecido de drogas como Donanemab, ocorreu em mais de 40% dos pacientes com predisposição genética para desenvolver a doença de Alzheimer. Anteriormente, a empresa havia relatado que 24% do grupo geral de tratamento com Donanemab apresentava inchaço cerebral.
- Hemorragia cerebral: ocorreu em 31% do grupo Donanemab e cerca de 14% do grupo placebo.
Segundo a Dra. Liana Apostolova, investigadora do estudo e professora de pesquisa da doença de Alzheimer na Escola de Medicina da Universidade de Indiana, esses efeitos colaterais não devem ser menosprezados, mas a maioria dos casos foi controlada por monitoramento com ressonância magnética (MRI) ou interrupção do medicamento.
Tratamento
A farmacêutica disse que o efeito do tratamento com Donanemab continuou a aumentar em relação ao placebo ao longo do teste de 18 meses, mesmo para os participantes que foram retirados do medicamento depois que seus níveis de depósitos amiloides caíram significativamente.
Segundo Anne White, ao final do estudo, o paciente médio estava sem medicamento por sete meses e ainda assim continuou a se beneficiar. Pela análise foi possível concluir que o Donanemab pode ser interrompido assim que o amiloide for eliminado do cérebro.
A empresa disse em maio que o estudo atingiu todos os seus objetivos, mostrando que o donanemab retardou o declínio cognitivo em 29% em comparação com um placebo em 1.182 pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência leve cujos cérebros tinham depósitos de duas proteínas-chave do Alzheimer, beta-amiloide e tau. Para pacientes com tau alta, o Donanemab mostrou retardar a progressão da doença em cerca de 17%, enquanto o benefício foi de 35% para aqueles com níveis de tau baixos a intermediários.
Os resultados completos do estudo foram apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer em Amsterdã e publicados no JAMA na última segunda-feira (17).
Pedido de aprovação
A empresa farmacêutica Lilly espera que a Food and Drug Administration dos EUA decida até o final deste ano se aprova o Donanemab. A farmacêutica disse aindaque as submissões a outros reguladores globais estão em andamento e a maioria será concluída até o final do ano.
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