Notícia sobre os preços dos alimentos no Brasil – A primeira deflação em 10 meses foi registrada no Brasil em junho, uma tendência influenciada principalmente pela redução nos preços de itens básicos e combustíveis. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,08% em comparação a maio, marcando a menor taxa para o mês de junho nos últimos seis anos.
Alimentos e preços dos produtos
André Braz, coordenador do núcleo de preços ao consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), aponta a queda dos itens da cesta básica e a redução do preço dos combustíveis como os principais contribuintes para a deflação de junho. Durante uma entrevista à jornalista Natuza Nery, Braz notou que, embora a tendência de curto prazo para a inflação seja de aceleração, é provável que os alimentos continuem apresentando “uma variação muito baixa ou até negativa”.
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A perspectiva otimista de Braz em relação aos preços dos alimentos deve-se à expectativa positiva para a safra. Mesmo com a possibilidade de um fenômeno El Niño no horizonte, o economista projeta uma inflação menor para os alimentos nos próximos meses. “Isso porque nós temos no radar uma boa previsão de safra”, explica.
A trajetória dos preços dos alimentos nos últimos anos tem sido marcada por uma tendência ascendente acentuada, tornando-os os grandes vilões da inflação. Braz destaca três principais fatores que contribuíram para a disparada do preço dos alimentos da cesta básica entre 2020 e 2022: a pandemia, que acelerou a demanda por alimentos; a crise hídrica, que prejudicou as lavouras; e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Alívio ainda está distante
Apesar da atual “trégua”, o economista enfatiza que ainda há um longo caminho a percorrer antes que os consumidores possam respirar aliviados em relação ao orçamento. “Nesse momento, estamos vivendo uma trégua. Mas, se a gente fizesse uma avaliação, veria que para o consumidor ter uma boa folga no orçamento os alimentos ainda precisam cair bastante, afinal subiram mais do que a média da inflação nos últimos anos. Mas qualquer trégua nesse momento é bem-vinda”, destaca Braz.
Assim, a notícia da primeira deflação em 10 meses traz algum alívio em meio a um ambiente econômico desafiador, mas ainda é cedo para celebrar a queda dos preços. Enquanto alguns fatores parecem indicar uma redução na inflação dos alimentos, outros elementos, como possíveis fenômenos climáticos e a situação geopolítica global, continuam a representar um risco potencial. Em meio a esta paisagem incerta, uma coisa é clara: os brasileiros continuarão de olho na cesta básica e nos postos de gasolina, esperando por sinais mais duradouros de alívio econômico.
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