Preços dos carros vão cair de novo? Na esfera governamental, o impulso à economia pode surgir de diversas formas, e um dos caminhos recentemente adotados é o incentivo à aquisição de veículos populares. O governo federal, no início deste mês, deu início a um programa com o objetivo de reduzir o custo de aquisição desses automóveis. Entretanto, novas informações apontam para uma expansão iminente dessa iniciativa, gerando impacto na economia e no mercado de ações.
Governo vai baixar preços de carros novamente?
Informações provenientes do Broadcast indicam que uma medida provisória, assinada na última quarta-feira (28), pretende ampliar o orçamento destinado ao programa, chegando a R$ 800 milhões. Essa ampliação tem por objetivo subsidiar descontos para aquisição de veículos populares. Inicialmente, o governo havia estabelecido que o programa seria encerrado quando os recursos disponíveis fossem totalmente utilizados. No entanto, a procura elevada por veículos populares, especialmente por parte de pessoas físicas, motivou o aumento do orçamento inicial de R$ 1,5 bilhão.
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A atualização do programa trará mudanças significativas, como a inclusão de pessoas jurídicas, entre elas as locadoras de veículos, no rol dos beneficiários. Esta novidade gerou algumas preocupações no mercado financeiro, uma vez que sinaliza a disposição do governo em direcionar recursos para setores que não necessariamente são os mais produtivos na cadeia econômica nacional. A bolsa de valores de São Paulo, o Ibovespa, fechou o dia com queda de 0,72%, registrando 116.681 pontos, enquanto o dólar valorizou mais de 1% no mercado à vista.
Para entender melhor, o programa de descontos é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio de Serviços (MDIC). Apesar de contemplar também caminhões e ônibus, a demanda por veículos leves esgotou o orçamento original para esta categoria. Durante o lançamento do programa, o governo justificou a iniciativa como uma estratégia para amenizar a crise em um setor que responde por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação e que opera com 50% de sua capacidade ociosa.
Resultados do programa
Geraldo Alckmin, vice-presidente do país e titular do MDIC, afirmou que os resultados do programa até agora corroboram a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em implementá-lo. Segundo ele, o programa suporta a indústria automobilística, ao mesmo tempo que facilita o acesso ao carro novo e movimenta o comércio de carros usados.
Os descontos nos veículos, financiados pelo governo, variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil e são aplicáveis a carros novos com preços de mercado até R$ 120 mil. As montadoras têm autonomia para aplicar descontos adicionais, prática que vem sendo adotada. No caso de caminhões e ônibus, os descontos oscilam entre R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.
A determinação do valor do desconto para automóveis levou em consideração três critérios: eficiência energética, capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno (densidade industrial) e preço do veículo. Quanto maior a soma do carro nestes fatores, maior o desconto. Para os caminhões e ônibus, a definição dos descontos se deu apenas pelo critério do preço, de forma inversa à adotada para carros, ou seja, quanto mais caros os veículos, maiores os descontos.
Para se beneficiar do programa, seja pessoa física ou jurídica, é necessário entregar à concessionária um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos de uso. Os veículos entregues devem ser encaminhados para reciclagem em empresas cadastradas nos Detrans.
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