Síndrome de Burnout – A Síndrome de Burnout, também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional, vem ganhando destaque nos estudos da saúde ocupacional. Esta síndrome, caracterizada por sintomas de exaustão intensa e estresse extremo, é mais comum em ambientes de trabalho altamente competitivos, nos quais são exigidas demandas exageradas dos profissionais. No entanto, como é possível lidar com essa questão séria? Aqui estão algumas informações essenciais para ajudar a entender, reconhecer e lidar com o problema.
Entendendo a Síndrome de Burnout
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente adicionou a Síndrome de Burnout à Classificação Internacional de Doenças, frisando que ela deve ser utilizada apenas para experiências profissionais, não se aplicando a outros aspectos da vida. Enquanto o Brasil ainda não possui números oficiais para o problema, devido à ausência de notificação compulsória, um estudo realizado pela International Stress Management Association (Isma-BR) em 2018 revelou que 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem dessa condição.
Veja também: Síndrome de Burnout dá direito a auxílio do INSS ou à aposentadoria?
No contexto internacional, quando comparados com outros países, os brasileiros ultrapassam americanos e chineses, estando abaixo apenas dos japoneses, cuja população atingida alcança a marca alarmante de 70%.
O Burnout é composto por três principais sentimentos: exaustão, cinismo e declínio do desempenho. Este trio representa o cansaço crônico resultante do excesso de demandas no trabalho, seguido de uma atitude distante e indiferente ao trabalho e resultando em menor eficiência profissional.
Alguns sinais de alerta para o esgotamento profissional incluem irritação e pessimismo, como explica o médico psiquiatra Cyro Masci. Essas reações são respostas automáticas do cérebro para diminuir a quantidade de desafios. Este estado de irritabilidade, acompanhado de baixa tolerância, funciona como uma forma inconsciente de se distanciar de pessoas e situações que contribuem para a sobrecarga. Além desses, há outros indicadores de esgotamento, como cansaço, exaustão emocional, perda de foco e alterações nos padrões de sono.
Um estudo conduzido pela Universidade de Montreal, no Canadá, descobriu que as mulheres parecem ser mais suscetíveis ao Burnout. A explicação para isso envolve a diferença nas condições de trabalho entre homens e mulheres, mesmo quando desempenham cargos de decisão semelhantes.
Profissionais mais propensos
Além disso, alguns profissionais estão mais propensos a sofrerem com a síndrome, como enfermeiras, médicos, professores, diretores, executivos e funcionários de organizações sem fins lucrativos, segundo a Harvard Business Review. Isso ocorre devido à percepção de que, ao fazerem o que amam, eles não estão realmente trabalhando, o que intensifica a crença de que deveriam estar constantemente fazendo mais. No entanto, essa mentalidade pode levar ao esgotamento.
As consequências do esgotamento, caso não seja tratado, podem ser graves e variadas, incluindo depressão, ansiedade, vício em substâncias, insônia e desordens alimentares. Além disso, alterações fisiológicas, como fadiga contínua, doenças gastrointestinais, cardiovasculares e diabetes, também podem ocorrer.
As pessoas introvertidas são mais propensas a sofrerem com o esgotamento, como foi revelado em um estudo publicado no site Frontiers in Physiology. Em contraste, pessoas extrovertidas apresentam maior estabilidade emocional e, portanto, têm menor probabilidade de desenvolver a síndrome.
Embora momentos de desconexão e realização de atividades prazerosas fora do horário de trabalho possam ser medidas importantes para evitar um desgaste extremo, simplesmente relaxar após o trabalho não é suficiente para prevenir ou eliminar o Burnout. Ainda que métodos de relaxamento possam ser úteis, é essencial identificar e tratar a causa raiz do problema, onde a assistência médica se faz necessária.
Veja também: Quais são os direitos TRABALHISTAS de quem tem ansiedade e depressão