Tsunamis gigantes – Com o crescente impacto das mudanças climáticas, os perigos inerentes aos tsunamis estão sendo cada vez mais explorados pelos pesquisadores. Uma nova pesquisa publicada na revista Nature Communications aponta que o aquecimento global e o derretimento das geleiras na Antártida podem desencadear tsunamis nas regiões próximas ao Oceano Antártico, devido ao desencadeamento de deslizamentos de terra submarinos. Essa descoberta representa um salto significativo no entendimento de como as mudanças climáticas podem impactar a ocorrência de fenômenos geológicos extremos.
O que causa tsunamis gigantes?
Os tsunamis, fenômenos devastadores geralmente causados por terremotos ou deslizamentos de terra no fundo do mar, foram objeto de um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores que realizaram perfurações no fundo do mar da Antártica. Através dessas explorações, eles descobriram que durante os últimos períodos de aquecimento global, cerca de 3 a 15 milhões de anos atrás, deslizamentos de terra ocorreram naquela região. Esses deslizamentos resultaram em tsunamis que afetaram as regiões da América do Sul, Sudeste Asiático e Nova Zelândia.
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Essa descoberta tem implicações profundas para a compreensão dos impactos da mudança climática atual. Jenny Gales, professor de hidrografia e exploração oceânica, enfatizou que “deslizamentos de terra submarinos são um grande risco geológico com potencial para desencadear tsunamis que podem levar a uma enorme perda de vidas”. Ele ressaltou ainda a necessidade de aprofundar o entendimento de como as mudanças climáticas globais podem influenciar a estabilidade dessas regiões e o potencial para futuros tsunamis.
Os primeiros indícios desses deslizamentos foram descobertos em 2017, levando a equipe de cientistas a voltar à Antártida em 2018 para realizar análises mais profundas. Essas análises revelaram que camadas fracas de sedimentos se formaram durante dois períodos em que as águas próximas ao continente estavam 3 graus Celsius mais quentes do que atualmente. O aumento das temperaturas levou à proliferação de algas que, após a morte, se sedimentaram no fundo do oceano, criando uma camada escorregadia e rica, altamente propensa a deslizamentos de terra.
Rebote isostático
Este cenário de mudanças climáticas, aliado ao processo conhecido como rebote isostático, em que a carga das placas tectônicas é aliviada pelo derretimento das geleiras, criou condições ideais para o desencadeamento de deslizamentos de terra. A equipe de pesquisa teoriza que, após uma grande quantidade de cascalho se acumular sobre o sedimento escorregadio e os terremotos do rebote começarem a ocorrer, a terra solta deslizou para fora da plataforma continental, provocando tsunamis.
Os cientistas afirmam que, embora seja impossível determinar o tamanho das ondas que atingiram as áreas costeiras de várias partes do globo durante esses eventos, os tsunamis desencadeados por deslizamentos de terra nos últimos cem anos tiveram entre 13 e 15 metros de altura. Isso indica a extensão potencial dos danos que esses eventos climáticos podem causar.
De acordo com Robert McKay, responsável pela pesquisa iniciada em 2018, “se a hipótese de que o aquecimento global pode causar tsunamis for confirmada, eles provavelmente podem voltar a acontecer, mas a preocupação é o que os desencadeia”. Muitas possibilidades ainda estão sendo exploradas, incluindo o rebote isostático, falhas aleatórias ou mudanças climáticas nas correntes oceânicas que atuam para erodir os sedimentos em locais-chave na plataforma continental, o que poderia desencadear o deslizamento. Isso certamente abrirá novas áreas de estudo e modelagem por computador para avaliar as ameaças futuras.
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