O MDS (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) fez o lançamento da nova versão do Bolsa Família no mês de março e, desde então, vem lidando com diversos dados a respeito das famílias que tiveram a inclusão realizada no programa.
Existem, porém, diversos dados que não estão sendo divulgados da forma como deveriam.
Inclusive, por meio do site oficial do MDS, Wellington Dias, atual ministro do Bolsa Família, comemorou no dia 17 de maio o fato de que pelo menos mais 1 milhão de pessoas foram inseridas no programa, desde o mês de março. Ele afirma, inclusive, que o trabalho de inclusão está sendo feito por meio de uma busca ativa, em parceria com os estados e os municípios, conforme determinado por Lula.
Os números apresentados pelo Ministério de fato são animadores, principalmente por estarem relacionados a pessoas que já deveriam ter acesso aos repasses, mas não estavam sendo contempladas pela antiga gestão.
Porém, deve-se considerar que a inclusão destes novos beneficiários é quase uma reposição, em relação às famílias que tiveram seus benefícios cancelados.
Mais detalhes a respeito do assunto estão nos próximos tópicos.
Os beneficiários estão confusos com os dados do Bolsa Família
Desde o começo de 2023, milhares de benefícios já foram cancelados, sendo que estes números também deveriam entrar na comparação em relação às inclusões. Somente desta forma é possível ter uma real noção de quantas famílias de fato estão sendo atendidas, e se o Bolsa Família está realmente crescendo.
Afinal, quando se faz a devida comparação, percebe-se que o crescimento não está acontecendo.
Por exemplo:
- 21,9 pessoas estavam no programa em janeiro (ainda era o Auxilio Brasil);
- Em fevereiro, este número foi para 21,8 milhões;
- Já em março, com o Bolsa Família, os números foram para 21,1 milhões;
- Em abril, houve crescimento, indo para 21,2 milhões;
- Por fim, em maio, o número de beneficiários está em 21,25 milhões.
Os novos beneficiários citados no início deste artigo já fazem parte dos números acima, ainda havendo um déficit de 650 mil pessoas.
Ou seja: quando se analisa todo o cenário, até mesmo com as inclusões recentes, percebe-se que o Bolsa Família está reduzido, e não sendo ampliado.
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Sobre a queda na quantidade de beneficiários do programa
Em resumo, todos os beneficiários do Bolsa Família que perderem o direito aos repasses foram aqueles que estavam sob suspeita de fraude em seus cadastros, e caíram no pente-fino criado pelo governo.
Todos eles tiveram 2 meses para fazer a atualização de cadastro. Porém, por não terem feito tal atualização, acabaram sendo retirados dos pagamentos, dando lugar a outras famílias.
É preciso frisar, porém, que alguns desligamentos podem ter acontecido de forma indevida, até mesmo por conta do atendimento ineficiente em algumas unidades do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), que é justamente onde os cadastros devem ser atualizados.
Muitos beneficiários já encontraram funcionários despreparados e o sistema fora do ar, por exemplo. E todos estes fatores, de certa forma, podem ter prejudicado as famílias que têm direito ao dinheiro mensalmente.
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