Governo pode ACABAR com demissão SEM justa causa?

Atualmente, assim como há muito anos, não são poucas as pessoas que perdem seus empregos por causa de uma demissão sem justa causa. E esse, justamente, é o tema de uma grande discussão que voltou à tona nos últimos dias.

Discussão esta que, por sinal, acabou sendo a base até mesmo para a criação de notícias falsas, por meio das quais afirma-se que, de fato, as empresas passarão a estarem proibidas de dispensarem seus colaboradores, a menos que eles tenham feito algo que justifique tal ação.

Mas o que, afinal, deu origem a tal discussão, e o que é possível esperar como resultado?

A explicação está na leitura a seguir!

Governo pode ACABAR com demissão SEM justa causa?
Informações equivocadas sobre a demissão sem justa causa foram espalhadas nos últimos dias | Imagem: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

No que consiste o possível fim da demissão sem justa causa

As notícias (muitas delas, falsas) sobre o fim da demissão sem justa causa são embasadas no julgamento que o STF (Supremo Tribunal Federal) fará em relação à convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

O esperado é que tal julgamento, que está pausado deste outubro de 2022, retome ainda no primeiro trimestre de 2023, uma vez que Rosa Weber, que é a atual presidente do STF, trouxe o assunto à tona novamente.

De acordo com a convenção 158 da OIT, nada impede que uma empresa dispense seus funcionários. Desde que, para isso, apresente as devidas justificativas, que podem incluir, entre outras coisas:

  • A dispensa pelo fato de as funções desempenhadas passarem a ser automatizadas;
  • A dispensa nos casos em que há necessidade de cortas gastos, o que inevitavelmente leva a demissões;
  • A dispensa relacionada ao baixo desempenho do colaborador.

Ou seja: as dispensas podem ocorrer com base em uma ordem econômica, por exemplo, atendendo às necessidades da empresa. E, segundo a professora da PUC-SP, Fabíola Marques, que também atua como advogada no Abud Marques Sociedade de Advogadas, a “confusão” reside no fato de o texto da convenção propor a obrigação de uma justificativa a cada demissão.

Em uma primeira leitura, de fato pode dar a entender que o governo pode acabar com a demissão sem justa causa.

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Trabalhadores brasileiros seguem sendo amparados financeiramente

Há, ainda, muito o que ser aguardado em relação a este julgamento, uma vez que o Supremo Tribunal Federal precisa analisar, entre outras coisas, a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) na qual é citada a participação do Brasil no tratado da OIT.

E, enquanto nenhuma nova informação oficial é divulgada, é importante frisar que, embora qualquer empresa possa adotar uma demissão sem justa causa, se assim achar necessário, o trabalhador será amparado financeiramente.

Ele continua tendo direito ao seguro desemprego de acordo com o período trabalhado e a quantidade de solicitações que já fez em relação a este seguro, por exemplo, e pode ter acesso ao saldo do seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), para cobrir seus gastos enquanto busca uma nova ocupação.

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